Falsos fiscais da Receita Estadual foram descobertos por policiais do 11.º Distrito (CIC), quando tentavam cobrar propina do proprietário de um supermercado na Cidade Industrial. Edson Luiz Ferreira, 52 anos; Celso Gariba, 67; e Gilmar Ernani de Bona, 43, foram presos e autuados em flagrante por extorsão, usurpação de função pública, falsidade ideológica e estelionato. O filho de Edson, Everson Luiz Ferreira foi indiciado em inquérito policial pelos mesmos crimes.
Na semana passada, o trio foi até um supermercado na Rua Desembargador Cid Campelo, na Vila Barigüi, e se intitulou fiscal. Usando uma credencial, em nome de Everson Luiz Ferreira, do Sindicato dos Fiscais de Santa Catarina (Sindifisc), os estelionatários exigiram R$ 600,00 do comerciante para não fazer a fiscalização. Intimidada, a vítima concordou pagar a quantia em duas parcelas de R$ 300,00.
Na terça-feira, os golpistas fizeram um novo contato com o contador do comerciante, alegando que estava faltando um livro caixa e que para não multar o estabelecimento exigiram a quantia de R$ 10 mil. Desconfiada, a vítima entrou em contato com o distrito e contou que os supostos fiscais iriam até o supermercado às 16h de ontem.
No horário combinado, o trio chegou ocupando o Sephia placa AKF-5500.
Após uma breve conversa, os golpistas concordaram em reduzir o valor para R$ 4 mil, sendo que a vítima daria R$ 2 mil de entrada e o restante seria dividido em duas parcelas a serem pagas com 30 e 60 dias. Os investigadores Osmair e Lopes presenciaram toda a negociação e prenderam os golpistas em flagrante.
O superintendente Luís Fernando Barbosa informou que com os golpistas foram apreendidos inúmeros cadastrados de comerciantes da Receita Estadual. "Eles estavam com um SLIP de computador da Receita Estadual com o nome de diversas empresas. Vamos investigar para saber se estes estabelecimentos foram lesados ou seriam as próximas vítimas", disse Barbosa. Os três alegaram à polícia que trabalhavam para uma empresa chamada Ebrafisco -Editora Brasileira para Assuntos do Fisco, cujo proprietário seria um advogado, que ficava com 50% do valor arrecadado.
"Este suposto advogado seria delegado aposentado da Receita Estadual. Ele já foi intimado para comparecer na delegacia", avisou Barbosa. Foram pedidas também informações à Ordem dos Advogados do Brasil (OAB)
e para à Receita Estadual para constatar a veracidade das informações. Barbosa solicitou às pessoas que foram lesadas pelo trio, que entrem em contato com a delegacia através do telefone 3347-1122.