O maníaco sexual que se fazia passar por jardineiro e estava agindo no Bairro Alto há pelo menos quatro meses foi finalmente preso na noite de segunda-feira. Reni Antunes de Camargo, 37 anos, foi detido por volta das 20h30 por policiais militares do Projeto Povo Bairro Alto. Para o aspirante Souza, que efetuou a prisão junto com o soldado Lunelli, Reni admitiu ter estuprado quatro mulheres e cometido furtos e roubos. Ele foi encaminhado à delegacia de Pinhais.
De acordo com Souza, o retrato falado divulgado pela Tribuna (em 6 de dezembro) provocou denúncias que levaram a polícia até o endereço de Reni, na Rua Joaquim Borges, Perdiz, em Pinhais. Quando os policiais chegaram ele tentou não atendê-los e mostrou-se bastante nervoso. "Fizemos algumas perguntas e ele admitiu ter estuprado três mulheres no Bairro Alto e uma no Capão da Imbuia, além de outros delitos", disse o aspirante.
Conforme relatado pelo policial, Reni entregou o revólver calibre 38, com o qual ameaçava suas vítimas. "Duas delas já o reconheceram na delegacia", comentou Souza.
Espancado
De acordo com a delegacia local, o maníaco é suspeito de ter cometido outros seis estupros, e vinha sendo investigado desde 2000. Apresentado na tarde de ontem à imprensa, Reni estava com o rosto desfigurado, com a camiseta rasgada e com a cabelo raspado, fruto da violência sofrida dentro da carceragem, empregada pelos demais presos. Por medida de segurança, ele agora está recolhido no corredor do xadrez da delegacia. "Eu estou com dor no ânus", disse ele. Questionado sobre o número de estupros que cometeu, disse apenas que não se lembrava.
O maníaco chamou a atenção da polícia depois que várias mulheres relataram ter sido vítimas de um indivíduo que chegava nas casas de bicicleta e batia no portão, oferecendo o serviço de jardinagem. Enquanto conversava com a mulher, Reni pedia um copo de água e, ao recebê-lo, ameaçava a vítima com uma arma, obrigando-a a abrir o portão. O maníaco então invadia a residência e depois de escolher os produtos que iria roubar, estuprava as mulheres. A polícia acredita que com a prisão dele e a divulgação da foto outras vítimas possam reconhecê-lo.