Falhas na investigação absolvem réu

Bastaram cinco horas de julgamento para que Henrik Neimann, 23 anos, fosse absolvido pelos sete jurados, ontem, na Vara do 2.º Tribunal do Júri de Curitiba. Promotor e defensores pediram a absolvição, baseando-se em falhas gritantes no processo.

Henrik estava preso desde julho de 2007, apontado como autor do duplo assassinato em que foram vítimas Acir dos Santos, 49, e Priscila Helen da Silva, 19, ocorrido em 13 de março daquele ano.

Ambos caminhavam pela Rua Desembargador Lauro Sodré Lopes, no Portão, quando alguém atirou contra eles. Acir levou quatro tiros na cabeça e Priscila um no rosto.

Numa tumultuada investigação, feita pela Delegacia de Homicídios, primeiro foram presos três acusados, todos usuários de drogas. Dias depois, Henrik também foi detido e apresentado como “verdadeiro” autor do crime. Os três primeiros foram soltos.

Henrik confessou o delito, dizendo à polícia que havia sido ameaçado por Acir, traficante de drogas. Mas nada foi provado contra ele, que depois passou a alegar inocência.

No julgamento, presidido pelo juiz Moacir Antônio Dalacosta, o promotor Marcelo Balzer Correia, entendendo que o processo tinha sido mal feito, pediu aos jurados que absolvessem o rapaz.

Os defensores Mateus Gabriel Rodrigues de Almeida e Maurício Zampiere de Freitas, embasaram o pedido do promotor, mostrando as falhas nas investigações.

O caso deverá voltar à esfera policial, para que o assassino seja encontrado, mas dificilmente será reinvestigado – pelo grande volume de trabalho que tem a Delegacia de Homicídios – e é provável que entre para o rol dos insolúveis.

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