Extorsão derruba agente do IAP

O funcionário do Instituto Ambiental do Paraná (IAP) Luiz Samborowski, 36 anos, lotado como agente de execução no escritório regional do Instituto em Guarapuava, foi preso ontem em flagrante, acusado de extorsão. O crime foi denunciado na última sexta-feira, ao Ministério Público do Paraná.

Um fazendeiro do município de Turvo, 50 quilômetros ao norte de Guarapuava, estava sendo forçado a pagar cerca de R$ 2 mil para evitar a emissão de uma multa por coleta irregular de água em rio da região, para abastecer um pulverizador de agrotóxico. A coleta deveria ser realizada utilizando um abastecedor, e não diretamente no rio. A autuação para este crime de coleta irregular varia entre R$ 2 e 3 mil e o funcionário informou ao proprietário que o valor da autuação poderia chegar a R$ 30 mil.

Luiz Samborowski acompanhou a vistoria, realizada na sexta-feira passada, como auxiliar de fiscalização – sem poder de autuação e, em princípio, para servir de testemunha da fiscalização. Ao comunicar a decisão de autuação ao empregado da fazenda, Luiz sugeriu que poderia evitar a multa e se ofereceu como facilitador da irregularidade.

O proprietário da fazenda procurou o Ministério Público, que organizou um flagrante juntamente com o grupo Águia, da Polícia Militar, para a prisão do acusado. Ele recebeu orientações de como proceder. Ficou acertado que o dinheiro seria entregue ontem nas imediações de um posto de combustíveis da BR-277, em Guarapuava. Os policiais militares e federais efetuaram a prisão no momento em que o funcionário recebia o dinheiro. Em seguida, de posse de um mandado de busca e apreensão, os policiais foram até a casa do fiscal, onde apreenderam uma pistola calibre 765 milímetros.

Denúncias

De acordo com o promotor ambiental da comarca de Guarapuava, Mauro Tobrowolski, o funcionário do IAP permanece em prisão preventiva na delegacia da Polícia Federal em Guarapuava por, no mínimo, 90 dias, até que o processo seja concluído pela comarca. O crime de extorsão é inafiançável. Segundo o chefe do escritório regional do IAP em Guarapuava, Jairo Mariano, o Instituto irá aguardar a definição do processo judicialmente, para então decidir a punição aplicada pelo órgão ambiental.

O presidente do IAP, Rasca Rodrigues, após ser informado sobre a extorsão do servidor público, fez um apelo à população. ?O IAP recebe muitas vezes denúncias como esta que acabam não se materializando. Pedimos às pessoas que, de alguma forma, se sentem coagidos pelos funcionários, que os denunciem e participem nos comunicando de atitudes suspeitas.? Rasca afirmou que o IAP atuará com rigor contra funcionários que, comprovadamente, tenham comportamento que venha a comprometer a imagem do instituto e dos servidores públicos. As pessoas que, eventualmente, sejam vítimas de tentativa de extorsão podem, também, procurar o Grupo Águia e fazer a denúncia pelo telefone 0800 643-7090.

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