Um assassinato mobilizou a polícia de Rio Branco do Sul no final da tarde de ontem. O diretor-superintendente da Emprosul – empresa que presta serviços de obras públicas para a Prefeitura -, João Ricardo Pinto Ferro, foi executado com dois tiros no rosto no escritório da firma, localizada no quilômetro 30 da rodovia PR-092. O autor – não identificado – foi visto por algumas testemunhas fugindo correndo pelo pátio da Emprosul e pulando o muro. Inicialmente, pela análise do local e do corpo, a polícia já descartou a hipótese de latrocínio.
Segundo o delegado Bradock, que compareceu para auxiliar o delegado Sudário e por ser conhecido da vítima, por volta das 16h20 (horário em que os empregados vão embora na sexta-feira), um homem chegou para conversar com João no escritório da empresa. O desconhecido foi recepcionado na sala e logo em seguida foram disparados dois tiros que ocasionaram a morte do diretor.
“João foi atingido no olho quando estava em pé e depois de caído recebeu outro tiro no queixo”, relatou Bradock. A arma utilizada no crime, provavelmente uma pistola 9 milímetros, não foi encontrada.
Mistério
O assassinato de “João-Coró”, como era mais conhecido na cidade, é um mistério para a polícia. No local não havia sinais de luta, tudo estava em seu lugar e nenhum objeto foi subtraído da vítima. “Com João foi encontrado o seu relógio, celular, R$ 2.800 – valor de seu salário – e mais um gravador. Isso descarta o latrocínio”, explicou o delegado.
O que intriga a polícia e deixa perguntas no ar é a existência de um gravador no bolso do diretor. Bradock não soube explicar se a vítima estava sendo ameaçada ou extorquida e nem se tinha alguma rixa antiga. “Talvez andasse se prevenindo de alguma coisa”, disse o policial, que reside no município.
Por ser amigo pessoal de “João-Coró”, o delegado preferiu não comentar sobre suas suspeitas. “Só posso dizer que aparentemente ele não tinha inimizades e era benquisto por todos aqui da cidade. Era trabalhador e um bom pai de família”, destacou.
Investigação
Poucas pistas foram obtidas pelos investigadores no local do crime. Somente um boné – que pode pertencer ao autor – foi encontrado. O assassino também deveria conhecer a sistemática da empresa e seus horários de funcionamento, pois escolheu exatamente o horário de saída dos empregados para não ser visto. No local ninguém soube informar se houve alguma discussão no escritório.
A fita do gravador ficou em poder do Instituto de Criminalística e existe a expectativa de que a vítima possa ter gravado o que aconteceu antes de ser assassinada