Gilberto pode ter sido morto por ter testemunhado o outro crime. |
Na calada da noite, a linha férrea transformou-se em cenário propício para um duplo assassinato. Reginaldo dos Santos Sebastião, 29 anos, conhecido por “Cafu”, e Gilberto Soares Barbosa, 19, foram executados no final da Rua Engenheiros Rebouças, bairro Araçatuba, em Piraquara. Eles receberam os tiros em lados opostos do trilho, provavelmente às 22h de quinta-feira, mas somente às 7h de ontem moradores do bairro encontraram os corpos, separados por 15 metros de distância.
Nos bolsos de “Cafu” havia nada menos que 29 pedras de crack. A descoberta confirmou a suspeita de que ele seria traficante da região, e levou a polícia a crer que o crime tem relação com atividades ilegais.
Moradores do bairro disseram ter escutado seis tiros às 22h de quinta-feira. O relato bate com o número de perfurações que a Polícia Científica contou nas vítimas: uma (cabeça) em Gilberto e cinco (cabeça, duas no braço, perna e costas) em “Cafu”.
Ameaça
O local do duplo homicídio é mal iluminado à noite e dificultou a localização de testemunhas. Só com os primeiros depoimentos de parentes, ainda na manhã de ontem, a polícia obteve algumas pistas. A mulher de “Cafu” disse não saber o que o marido fazia com tantas pedras de crack no bolso. Mas revelou que no último domingo a família foi vítima de um atentado. “Já temos o nome de um suspeito, que vinha ameaçando Cafu há um ano”, disse o superintendente Valdir Bicudo, da delegacia de Piraquara.
O policial acredita que o alvo do criminoso (ou criminosos) fosse mesmo a vítima de 29 anos, e que Gilberto morreu apenas para não se tornar uma testemunha. “Deve ter havido desentendimento entre “Cafu” e algum comparsa no comércio de drogas”, acredita Bicudo.