João Pedro foi a vítima do crime no Cajuru. |
“E aí, João Pedro, tudo bem?” Estas foram as últimas palavras ouvidas por João Pedro Pereira de Melo, 23 anos, antes de morrer. Um amigo o cumprimentou e em seguida detonou um tiro na cabeça dele, matando-o na hora. O crime ocorreu às 17h30 de ontem, no ponto de ônibus da Rua Florianópolis, esquina com a Trindade, no Cajuru. João Pedro estava com o pai, Benedito, que presenciou tudo. Nem por isso o assassino se intimidou. Depois de matar friamente, fugiu a pé.
O pai da vítima, Benedito Francisco de Melo, contou à polícia que há dois meses ele e o filho trabalhavam como pedreiros em Joinville. Tinham vindo passar o Dia dos Pais com a família, que mora na Avenida Marginal, a poucas quadras do local do crime. No final da tarde, saíram de casa para pegar o ônibus que os levaria até a Rodoferroviária. “O rapaz chegou, cumprimentou e atirou”, relatou Benedito, bastante abalado com a situação.
Ele disse que não conhecia o assassino, mas teve certeza que era amigo de João Pedro porque o chamou pelo nome e os dois trocaram um cumprimento típico de jovens, batendo as mãos espalmadas. Benedito descreveu o matador como sendo um homem branco, magro, alto e louro, todo vestido de branco.
“Todo mundo fuma”
Policiais da Delegacia de Homicídios e militares do RPMont apuraram, no local, que o assassino seria um homem conhecido apenas como Rodrigo ou “Magrão”. A mãe e a irmã de João Pedro disseram não saber de nenhuma bronca ou desavença do rapaz na região. “Só posso dizer que ele fumava maconha, mas e daí? Ele era trabalhador, meu filho era grudado nele. Todo mundo aqui nesse bairro fuma maconha, quero ver quem atira a primeira pedra”, desafiou a irmã. Dejanira, a mãe, consolou a filha. “Agora a gente tem mais é que fumar e beber pra esquecer essa tragédia. Quero ver justiça”, desabafou a mulher.
O investigador Razera, da DH, disse que a polícia já tem uma pista para chegar ao assassino. O nome completo de um parente de “Magrão” foi obtido pelos policiais ainda no local do crime. “Quem matou tinha um motivo muito forte. O crime pode estar ligado a briga de gangues por causa de droga”, observou o policial. Mais uma vez, como acontece em bairros dominados por traficantes, a polícia terá que lidar com a “lei do silêncio”, que intimida testemunhas e dificulta as investigações.