Execução à luz do dia em Piraquara

Os adolescentes Juliano Souza da Silva e Elison Andrade de Carvalho, ambos de 16 anos, foram executados com tiros à queima-roupa, na tarde de ontem, na Rua Goiás, Jardim Planalto, em Piraquara.

Monique Armonda Costa, 18, grávida de três meses, foi ferida com um tiro em cada joelho e um adolescente, de 17 anos, levou um tiro no braço.

O atentado aconteceu por volta de 16h45, quando quatro homens em duas motocicletas invadiram a casa e ordenaram que todos deitassem no gramado. Juliano e Elison morreram na hora, com tiros na nuca. Monique e Reinaldo foram socorridos por vizinhos e encaminhados ao hospital.

Segundo o morador José Augusto de Castro, os assassinos chegaram em duas motos Titan. Três entraram -dois deles armados com revólver e uma espingarda calibre 12, com cano cerrado. O outro comparsa ficou fora do terreno, cuidando das motos até o momento da fuga.

?Eles entraram e mandaram todo mundo deitar na grama. Depois, o cara que estava com o revólver foi até a Monique, que estava sentada em uma cadeira e perguntou sobre uma pessoa. Ela disse que não sabia quem era?, contou José.

O atirador acertou o primeiro tiro no joelho da moça, que está grávida de três meses. ?Ele não se incomodou com o choro dela nem com o pavor dos que estavam deitados. Perguntou novamente, mas ela não sabia quem era a pessoa que ele queria. Então ele atirou no outro joelho?, revelou a testemunha.

Execuções

Depois de atirar em Monique, os homens foram para cima dos adolescentes e deram vários chutes. ?Eles pisotearam os meninos, foram até Juliano e Elison, encostaram a arma na nuca e dispararam. Não deram nem chance de falarem alguma coisa?, afirmou José, que é primo de um dos adolescentes mortos. Ele e os parentes moram na casa há pouco mais de três meses e suspeita-se que os assassinos queriam informações dos moradores antigos.

?Ficamos sabendo que aqui moravam algumas pessoas problemáticas e que a polícia sempre era chamada para fazer averiguações?, contou José, acreditando que a morte do primo e do amigo aconteceu por engano. ?Os meninos não usavam drogas nem tinham inimigos?, afirmou.

O cabo Costa, do 17.º Batalhão de Polícia Militar, disse que testemunhas deram detalhes das motos e uma possível rota de fuga. ?Temos a cor e possivelmente as placas das motos, todas as informações serão dadas para a Polícia Civil, que deve ouvir as testemunhas e dar continuidade nas investigações?, explicou.

Uma equipe da Rondas Ostensivas de Natureza Especial (Rone), comandada pelo tenente Rocha, patrulhou as ruas da vila e abordou diversas pessoas e motociclistas, mas ninguém foi preso.

Sem piedade

Enquanto Josué, pai de Juliano, segurava a mão do filho morto, a tia de Elison, que presenciou toda a ação dos bandidos, contava, ainda em prantos, os momentos de pavor que havia passado.

?Quando eles atiraram na Monique, os meninos estavam no chão, ele veio na minha direção e colocou a arma na minha boca. Pedi pelo amor de Deus para não matar ninguém, mas eles não me ouviram?, disse a mulher.

Grupos de WhatsApp da Tribuna
Receba Notícias no seu WhatsApp!
Receba as notícias do seu bairro e do seu time pelo WhatsApp.
Participe dos Grupos da Tribuna
Voltar ao topo