O exame de confronto balístico feito pelos peritos do Instituto de Criminalística (IC) foi considerado uma das principais provas materiais da investigação realizada pelo Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado (Gaeco) sobre a suposta execução de Ricardo Geffer, ocorrida em abril do ano passado, em Rio Branco do Sul. Anteontem, o delegado Rubens Recalcatti, sete investigadores e Mauro Sidnei do Rosário, foram denunciados por homicídio triplamente qualificado contra Geffer, fraude processual e abuso de autoridade pelos promotores do Gaeco e pela promotoria de Rio Branco do Sul, cidade natural do caso.

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Segundo o Ministério Público (MP), os projéteis encontrados no local onde a execução supostamente ocorreu são da mesma arma, uma pistola ponto 40 preta com cano prateado, número de série SYK 52933, entregue pelos policiais como a que foi usada por Geffer para disparar contra eles. Pros promotores que assinam a denúncia, essa arma indicada pelos policiais não foi disparada por Geffer, mas sim por um dos acusados. Ela estaria na mão de Mauro Sidnei do Rosário. Essa informação foi confirmada por testemunhas. Por isso, segundo o MP, não faz sentido a pistola ter estado na posse de Geffer, conforme indicaram os policiais, e os projéteis que saíram dela serem encontrados cravados no chão, exatamente onde teria ocorrido a suposta execução.

Defesa

O advogado de defesa dos policiais do delegado Rubens Recalcatti e dos sete investigadores acusados, Cláudio Dalledone Júnior, afirmou que não há material biológico nos projéteis, o que indicaria que as balas não passaram pelo corpo de Ricardo Geffer, suposta vítima de execução. “Não há substância biológica incrustrada no projétil. Isso mostra que na troca de tiros os disparos do Geffer foram no chão. Não existe nada de absoluto em processo criminal. Tudo é relativo”, afirmou. Na avaliação do advogado, o exame de confronto balístico aponta que aqueles projéteis encontrados são os mesmos lançados pelo cano da pistola apreendida no poder de Geffer.

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