Queima de arquivo ou vingança. Uma destas duas hipóteses pode ter motivado o assassinato do vigilante Gerson Parcianello, 30 anos, executado com vários tiros às 22h45 de terça-feira, no Uberaba. Conhecido pelo apelido de ?Trovão?, ele havia saído há uma semana da empresa de segurança Centronic, envolvida recentemente em um caso de assassinato e em outros escândalos. Há informações de que ?Trovão? seria o responsável pelo ?trabalho sujo? feito pela Centronic e que guardava muitos segredos.
O crime aconteceu na esquina das ruas Tenório Cavalcante e Avelino Mantovane, na Vila Marumbi, próximo de onde ?Trovão? morava. Ele teria saído de um bar e caminhava, provavelmente em direção à sua casa, quando dois homens em uma motocicleta preta passaram por ele atirando. Pelo menos quatro balas acertaram a vítima, que morreu imediatamente.
Demissão
De acordo com a direção da Centronic, ?Trovão? era um vigilante como qualquer outro e já havia trabalhado mais de uma vez na empresa. Na semana passada ele pediu para fazer ?um acerto?, porque pretendia mudar de vida e retornar para Cruzeiro do Oeste, onde moram seus parentes. Não se sabe se ?Trovão? havia sido ameaçado ou se algo o forçava a mudar de cidade. De acordo com a empresa, ele não aparentava estar preocupado e agia normalmente.
No local do crime, familiares estavam transtornados e não forneceram informações relevantes, conforme informou o tenente Cleiton, do 20.º Batalhão da PM, que deu o primeiro atendimento ao caso. Só se soube que ?Trovão? morava na vila há muito tempo.
Denúncia
Na tarde de anteontem, às 14h, a Tribuna recebeu uma denúncia informando que ?Trovão? seria o ?braço-de-ferro para os serviços sujos da Centronic? e que era um homem perigoso. A informação foi repassada à Delegacia de Homicídios, às 17h. Cinco horas e meia depois, ele foi executado.
De acordo com o delegado Jaime da Luz, da DH, responsável pelas investigações, há informações que ?Trovão? tinha feito muitos inimigos na região onde morava, por conta do trabalho na Centronic. Ontem à noite, a polícia já dispunha do apelido de um suspeito, que está sendo investigado.
