Ex-secretário interrogado sobre morte de deputado

O ex-secretário de Segurança Pública do Estado, José Tavares, depôs ontem na Vara de Precatório Criminal, sobre o assassinato do deputado estadual Tiago Amorin Novaes. O parlamentar foi morto em 18 de dezembro de 2001, em frente ao prédio onde morava, em Cascavel. Tavares foi chamado para explicar um telefonema que teria sido feito pelo deputado para seu celular. “Surgiu nos autos, em Cascavel, a informação de que o Tiago teria ligado para mim. Mas nos meus telefones não há registro de nenhuma ligação dele, nem no dia do crime, nem antes”, afirmou.

De acordo com Tavares, na época ele possuía mais de um celular, e o que ele utilizava como secretário ficava normalmente com um assessor. “Parece que ele tentou falar comigo, mas não conseguiu. Tenho certeza de que não houve nenhuma ligação”, disse.

Fim

Ontem os promotores que investigam o caso desde o ano passado deram as investigações por encerradas. Segundo eles os autores do assassinato teriam sido contratados pelo ex-policial civil Adão Sampaio Schisler, a mando do empresário Valdir Phillipssen. O empresário, que atua no ramo de revendas de carros e agiotagem em Cascavel, teria pago R$ 40 mil para que o ex-policial contratasse um pistoleiro. Os promotores chegaram às conclusões depois de informações apresentadas por João Carlos Kovalski, amigo de Sampaio.

O assassinato seria conseqüência de outra morte, a de Abelino de Jesus Oliveira, conhecido como “Abelha”, morto em maio de 2001. “Abelha” seria um dos ladrões que participaram de um assalto à casa de Valdir Phillipssen. O empresário teria pedido a ajuda do ex-policial para identificar os autores do assalto.

Tiago Amorin teria ameaçado denunciar Sampaio no seu programa de rádio. Com medo de ter seu nome vinculado ao caso, Phillipssen teria pedido novamente a Sampaio a contratação de pistoleiros para matar o deputado. O executor teria sido Luiz Carlos Bernardes Pires, o “Balaio”, morto durante um confronto com policiais civis em Curitiba, em janeiro de 2002. O ex-policial está preso, e o empresário Valdir Phillipssen teve a prisão decretada na semana passada, mas está foragido.

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