O ex-sargento da Polícia Militar Manfredo Flores Mondragon foi preso por policiais civis da Promotoria de Investigação Criminal (PIC) de Curitiba no início da tarde de ontem. Mondragon é acusado de trabalhar com banqueiros do jogo do bicho na capital.
O ex-sargento foi preso pela "prática de coação no curso de procedimento investigatório". O coordenador das promotorias de investigação criminal do Estado, o procurador de Justiça Dartagnan Cadilhe Abilhôa, foi um dos que recebeu mensagens ameaçadoras em seu telefone celular.
Abilhôa diz que as ameaças começaram depois da prisão do delegado-chefe da 6ª Subdivisão Policial de Foz de Iguaçu, José Roberto Jordão. O delegado foi preso no último dia 1.º, acusado de receber propinas de empresários ligados a jogos ilícitos na cidade.
Mensagens
Conforme divulgado pela PIC, em uma das mensagens enviadas a Abilhôa, repetida três vezes durante a primeira semana de novembro, Mondragon escreveu o seguinte (incluindo os erros de português): "Você prendeu um delegado em Foz, você seus promotores pensam que são imortal, não se esquesa que promotor não é a prova de chumbo". Em 11 de novembro, uma nova mensagem dizia: "Você vai receber uma coroa de flores, mas não vai ver" (sic).
O ex-sargento foi exonerado da PM por envolvimento em crimes. Em um deles, o ex-policial entrou em confronto com policiais do Grupo Tigre, ferindo um deles gravemente. Na semana passada, Mondragon trambém foi citado no Tribunal do Júri, pela viúva do bicheiro Almir Solarewicz, como um dos autores do assassinato do marido dela, ocorrido em setembro de 2000, a mando dos "capos" do jogo do bicho na capital. No julgamento, cujo veredito saiu na sexta-feira, 11, Otaviano Sérgio de Macedo, o "Serginho", foi condenado a 19 anos e seis meses de prisão .