Ney Harley Pereira Cunha, 52 anos, tinha dificuldade de locomoção, sofria ataques de epilepsia e era aposentado por invalidez. Na semana passada ele foi arrastado por cinco criminosos de sua casa, em Piraquara, e levado até São José dos Pinhais, onde foi assassinado com um tiro na nuca. Ney foi condenado a 100 anos de prisão e já tinha cumprido o limite legal de 30 anos no sistema penitenciário. A família acredita que ladrões o mataram.
Vizinhos disseram ter visto o grupo invadir a casa do ex-presidiário, na noite de terça-feira. Eles o amordaçaram e o levaram junto com a televisão que havia ganhado há dois dias da mãe. Ney foi encontrado morto, na manhã do dia seguinte, próximo ao canal extravassor, no Jardim Alegria, vestindo apenas cueca azul e camiseta amarela.
Para o investigador Altair Ferreira, da delegacia de São José dos Pinhais, o motivo do crime está ligado ao passado criminoso da vítima. Segundo o policial, Ney foi condenado a um século de prisão por vários crimes, como assalto, furto, roubo de veículo e tráfico de drogas.
Mãe
Doraci Cunha, 72, contou os cuidados que tinha com o filho. "Comprei uma casa para ele e todos os móveis, além de microondas, televisão e um celular para que pudesse falar comigo. Eu sempre lhe levava comida e lavava sua roupa. Tudo o que estava ao meu alcance para fazer meu filho feliz eu fazia", disse.
Há dois meses, duas mulheres e três homens invadiram a casa do ex-presidiário e levaram tudo o que a mãe havia lhe dado. Quando os marginais saíram da residência, Ney chegava. Ele então foi agredido e ficou desmaiado. Desde então ele pediu um novo televisor para assistir à Copa do Mundo e, no último domingo, ganhou o aparelho, que foi roubado pelos seus assassinos.
