Fogo "amigo"

Ex-PM acusado de matar colega de farda é condenado a 17 anos

O ex-policial militar Marcelo Silva Alves, 32 anos, foi condenado a 17 anos e três meses de prisão, ontem, no Tribunal do Júri. A sessão começou às 13h30 e a sentença foi proferida pelo juiz Leonardo Stancioli, pouco antes das 23h. Marcelo foi acusado de matar o colega de farda, soldado Fábio Skora Santos Bueno, no estacionamento da casa noturna Rancho Brasil, no Uberaba, na madrugada de 8 de março de 2012. Os advogados de defesa Elias Mattar Assad e Carlos Bueno afirmaram que vão recorrer da sentença. Enquanto isso, Marcelo aguarda em liberdade. O promotor Marcelo Balzer teve como assistente de acusação o advogado Dálio Zippin Filho.

As câmeras de segurança do estabelecimento nunca deixaram dúvidas que Marcelo atirou em Fábio, mas a tese da defesa foi que o réu matou para se defender. Segundo declarado no tribunal, Marcelo iria estender a noite com duas mulheres. Para “comemorar”, ele atirou para o alto, o que fez as duas desistirem da aventura. Uma testemunha disse que ele deu tapa em uma delas.

Gritos

Fábio, ao ouvir o tiro e os gritos da mulher pedindo ajuda, foi interceder. Marcelo teria se identificado como policial sem se virar e Fábio abaixou sua arma, mas segurou no ombro de Marcelo, que se virou e atirou. Ele ainda remexeu os bolsos da vítima, arrastou o corpo para o canto do estacionamento. Marcelo estava armado com uma pistola calibre 45.

Os advogados debateram se a abordagem de Fábio estava dentro das técnicas policiais. Marcelo foi condenado por homicídio qualificado, por motivo torpe, ter agredido a mulher não identificada, dado tiro para o alto e matado um policial, que tentava defender a mulher.

Corporação

Marcelo ficou seis anos na corporação. Por conta de agressão à sua mulher, foi enquadrado na Lei Maria da Penha, e perdeu o porte de arma. Por isso, não poderia estar armado no Rancho Brasil. Depois deste homicídio, foi excluído da Polícia Militar.

Paraná Online no Google Plus

Paraná Online no Facebook