Crime passional?

Ex-marido confessa assassinato de empresária

João Os dois homens suspeitos de participar da morte da empresária Bernadete Dolores Dulla Zella, 43 anos, na noite de domingo (17), foram presos por investigadores da Delegacia de Furtos e Roubos (DFR). João Carlos Soczk, 43 anos, ex-marido da vítima, apontado como mandante do crime, foi preso em Joaquim Távora, no norte do Paraná. O outro participante, Jefferson Aparecido de Paula, 27, conhecido como “Jéfinho”, foi preso em Curitiba. Os dois foram autuados por homicídio qualificado.

Durante a entrevista coletiva na tarde de quarta-feira (20), no início, João negou ter cometido o crime, mas depois que “Jefinho”, deu detalhes do assassinato e atribuiu a ele a responsabilidade, principalmente de ter deixado a filha amordaçada e efetuado os disparos que mataram a mulher, João continuou falando pouco, mas confirmou ter estado na cena do crime e até contou os motivos para desejar a morte de Bernadete.

A empresária, que era proprietária da Maggiore Gastronomia, no bairro Mercês, foi abordada dentro do estabelecimento, por volta de 21h15 de domingo (17), quando ela e a filha se preparavam para ir para casa. Nas imagens do sistema de segurança aparecem dois homens, que rendem Bernadete e a levam para fora. A garota de seis anos foi amarrada e amordaçada com uma fita de PVC.

Para o delegado Amarildo Antunes, João é um homem frio, calculista e premeditou o crime. Há mais de dois anos o casal estava separado. No entanto, de acordo com o relato dos familiares ao delegado, Bernadete sofria com o ciúme, chantagens e extorsão feita por ele. “Temos informações de que João ia no estabelecimento somente para pegar dinheiro e fazer ameaças. No entanto, as investigações ainda continuam. Precisamos descobrir se eles realmente iam cometer o crime ou se apenas iam assaltar e, como foram reconhecidos, tiveram que matar a mulher”, contou o delegado.

Ameaças

O delegado disse que o ex-marido foi preso na casa dele, em Joaquim Távora, depois de evidências encontradas nas imagens das câmeras de segurança da confeitaria e também por conta do histórico de violência, com várias ameaças que ele já havia feito contra Bernadete. “Em 2010, ele já tinha planejado um sequestro e demonstrado a sua intenção em matá-la. Além disso, comparamos as imagens do dia do crime, com outras onde ele aparecia”, explicou. O delegado contou que durante o depoimento, “Jefinho” disse que na estrada rural entregou a arma para João e se afastou. No entanto, ainda ouviu a mulher clamar para não ser morta e, em seguida, ouviu ele dizendo: “Lembra que um dia eu disse que iria te matar? Chegou a hora”, explicou o delegado.

Lágrimas de crocodilo

Os familiares de Bernadete disseram que apesar de suspeitar que João estava envolvido, ficaram comovidos em vê-lo no local onde ela foi encontrada morta, chorando e lamentando a morte da mulher.

Na ocasião, ele se mostrou preocupado com a filha, que segundo a polícia, ele mesmo havia amordaçado no dia anterior.

Medo

O delegado falou que é normal os casais brigarem, se separarem e continuarem discutindo questões financeiras, ou relacionadas a bens ou à guarda dos filhos. Mas se a conversa partir para a agressão, a historia vira caso de polícia.

“Se ela tivesse feito os boletins de ocorrência todas as vezes que foi agredida, quem sabe ele pensaria duas vezes. Quando foi seqüestrada por ele há dois anos, foi convencida pelos familiares a não denunciá-lo. Isso foi um erro”, comentou.

Era só pra dar um susto nela

“Jefinho” deu detalhes importantes para a polícia. “Eu fui contratado para dar um susto na mulher e para isso ganharia R$ 9 mil, divididos em três parcelas. E se eu matasse,ganharia R$ 40 mil”, explicou. Ele disse também ,que João já havia arquitetado boa parte do plano de morte. Fez cópia da chave do portão, e levou “Jefinho” para conhecer a confeitaria, no dia anterior. “Eu fiz o que a gente tinha planejado e para isso ganhei R$500. Coloquei ela no porta-malas e segui para a estrada rural, mas na hora não quis matá-la. Foi então que ele pegou a pistola e atirou na cabeça dela”, explicou o homem, que no interior trabalhava como palhaço de rodeio.

Sem piedade das filhas

A filha de Bernadete e João disse que há dois anos não conversava com o pai, pois ele era agressivo e só procurava a família para pegar dinheiro. “Ele matou a minha mãe, quero que ele apodreça na cadeia”, falou a adolescente.

Um dos momentos de maior tensão durante a entrevista, foi quando os repórteres questionaram se ele havia amordaçado a filha. João não disse nada, mas o ato foi confirmado por “Jeffinho”, que disse ter ficado com a mulher sob a mira da arma enquanto ele foi até o andar superior e amarrou a garota.

Paternidade

As desavenças do casal já aconteciam há sete anos e algumas pessoas disseram que ele desconfiava que a menina de seis anos poderia não ser sua filha, informação que não foi respondida pela irmã mais velha, muito menos pelo suspeito do crime.

Confira no vídeo os detalhes do crime.

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