A vinda da ex-garota de programa Maria Luíza Carvalho, 24 anos, ao Brasil, promete agitar ainda mais o caso da cafetina Mirlei de Oliveira, 47, que está presa sob a acusação de extorsão e outros crimes. Ontem, Maria Luíza compareceu na 7.ª Vara Criminal e conseguiu autorização para ser ouvida pela promotora Margareth Ferreira. Munida de várias provas contra Mirlei, que vão desde fitas gravadas, ticks de viagem a recibos médicos, ela afirma que não deixará o País enquanto não entregar todo o material que possui à Justiça.
A ex-garota de programa compareceu no Fórum Criminal acompanhada do advogado Geovani Marcos Negrissoli, que exigiu uma certidão afirmando que ela apresentou-se para depor, mesmo com o adiamento da audiência. Maria Luíza aproveitou para procurar a promotora do caso, apesar do inquérito estar sendo transferido à Justiça Federal. “A doutora Margareth disse que não poderia me ouvir ontem porque tinha muitas audiências, mas marcou para eu depor na segunda-feira. Quero que ela ouça tudo o que tenho para falar e que veja todas as minhas provas”, afirmou a ex-garota de programa, lamentando apenas ter que gastar mais para estender sua estadia até segunda-feira, uma vez que pretendia retornar para os Estados Unidos ainda hoje.
Defesa
O advogado de Mirlei, Antônio Henrique Amaral Rabello Mello, contesta a decisão da promotora e afirma que caso Maria Luíza seja ouvida, ele irá pedir pela anulação do depoimento. “A partir do momento que o juiz Luís Taro Oyama afirmou não ter competência para julgar o caso, uma vez que cabe à Justiça Federal atuar na denúncia de tráfico internacional de mulheres, será ilegal e sem valor o depoimento tomado pela promotora”, afirmou Rabello. O advogado também diz que Maria Luíza é considerada uma testemunha suspeita pelo fato de ter interesse no caso, e que as provas que ela diz ter contra Mirlei são levianas. “Se a Mirlei não é flor que se cheire, esta garota também não é. Ninguém é santo nessa história”, finalizou Rabello.