O ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa, preso durante a operação Lava Jato da Polícia Federal, foi transferido na tarde desta segunda-feira da sede da PF para a Penitenciária Estadual de Piraquara, na região metropolitana de Curitiba (PR). Paulo Roberto é investigado por suspeita de desvio de recursos e lavagem de dinheiro, em associação com o doleiro Alberto Youssef, que também está preso. Em carta direcionada aos advogados, o ex-diretor fez novas denúncias de que estaria sendo ameaçado e correndo “risco de vida junto à PF”.
Paulo Roberto está sozinho em uma cela especial para presos com nível superior. A transferência foi solicitada em despacho do juiz Sérgio Fernando Moro, publicado na última sexta-feira, sob a justificativa de que a sede da Polícia Federal, onde o acusado estava detido, seria “inadequada para o recolhimento de presos por longo período”. O despacho ainda explica que a transferência para uma cela especial aconteceu por questões de segurança. As circunstâncias recomendam, para segurança dele, que fique separado de presos comuns”
Segundo o advogado do réu, Fernando Fernandes, durante o fim de semana Paulo Roberto Costa fez novas denúncias de ameaças que estaria sofrendo de policiais federais. Na sexta-feira, ele já havia relatado, por meio de uma carta, que estaria sendo impedido de tomar banho de sol. No bilhete datado desta segunda-feira, o ex-diretor diz “correr risco de vida na PF”. O advogado de defesa, Fernando Fernandes, afirmou que as decisões judiciais estão “descumprindo as garantias básicas do cliente”.
Segundo a Polícia Federal, foi instaurado um procedimento administrativo para investigar as denúncias do preso. Apresentamos as novas denúncias, o preso não pode ser tratado como objeto do juiz”, afirmou o advogado de defesa. “Solicitamos que fosse transferido para o Rio de Janeiro, onde está sua família e seu domicílio. Não tem nenhum sentido permanecer no Paraná”, completou.
Paulo Roberto Costa e Alberto Youssef são réus de ação penal aberta pelo Ministério Público Federal na última semana. Eles vão responder por crimes de lavagem de dinheiro e formação de quadrilha. Segundo as investigações da Polícia Federal, Paulo Roberto Costa intermediaria operações de desvio de recursos públicos de fornecedores da Petrobras.