A desenfreada violência em Curitiba fez mais uma vítima fatal e, desta vez, um homem acostumado a conviver com o perigo das ruas devido à profissão outrora exercida. O delegado aposentado Leônidas Kuzma, 58 anos, foi assassinado durante um assalto no final da madrugada de ontem no bairro Xaxim. Leônidas, que é pai do vereador de Curitiba Tico Kuzma (PPS), recebeu um tiro no peito e foi conduzido pelo Siate até o Hospital do Trabalhador, mas chegou sem vida. Dois suspeitos do assassinato foram detidos por policiais militares momentos após o crime. Este foi o terceiro caso de latrocínio (roubo seguido de morte) na capital do Estado somente nesta semana.
Pelas informações apuradas, o ex-delegado passou a madrugada em um bar, no bairro Capão Raso, e quando foi embora resolveu dar carona a duas mulheres e um homem até a residência deles no Xaxim. Leônidas parou o seu Sportage, placa AJU-3777, na Rua Martiniano Cecon Parolin quase esquina com Rua Nova Fátima, local onde o casal desceu. O aposentado permaneceu dentro de seu veículo acompanhado por uma das mulheres, momento em que foi abordado por dois indivíduos.
Tiros
A partir daí não é conhecido como ocorreu o disparo efetuado pelo marginal. Como o vidro do Sportage – lado do motorista – foi encontrado estilhaçado, acredita-se que os bandidos deram voz de assalto e o ex-delegado não quis abrir o veículo. Um tiro foi disparado de fora para dentro do carro, atingindo o peito de Leônidas. Aproveitando que a porta do passageiro estava destrancada, o outro marginal arrancou a mulher de dentro do veículo.
Um dos assaltantes entrou no Sportage e roubou o aparelho de som. Não foi informado se algum pertence das vítimas foi levado. Os indivíduos fugiram a pé.
O Siate e a Polícia Militar foram acionados e a vítima foi encaminhada ao hospital. No local, os acompanhantes do ex-delegado repassaram a descrição dos marginais aos policiais militares do 13.º Batalhão. Em patrulhamento pela área, os soldados Correia e Diniz, da viatura 6356, avistaram os indivíduos e os perseguiram. Um deles foi detido e o outro conseguiu escapar. Jeferson de Lara, 22 anos, foi pego e com ele encontrado um revólver. Conduzido à delegacia de Furtos e Roubos (DFR) Jeferson foi autuado primeiramente por porte ilegal de arma. "Fizemos o confronto com a arma e não foi a mesma utilizada durante o crime", disse o delegado Rubens Recalcatti. Jeferson tem antecedentes criminais por tráfico de drogas, furto e roubo. Pouco tempo depois que ele foi preso, o comparsa dele, Márcio de Lima da Silva, conhecido por "Canelinha", também foi detido. Ele também tem passagens na polícia por furto e roubo.
Há informação de que antes do assalto contra o ex-delegado, os indivíduos tentaram furtar o som de um corsa, mas não conseguiram. Assim, partiram para o roubo contra Leônidas. É comum naquela região o roubo de aparelhos de som de veículos, que são usados como "moeda de troca" por drogas. Normalmente, os delitos são praticados por viciados que buscam um meio para obter o entorpecente.
