O dono de uma bicicletaria agrediu duas pessoas com uma barra de ferro, perto do terminal Guadalupe, ontem à tarde. Jean Couan Kruger, 21 anos, alegou que as vítimas estavam vendendo droga em frente ao seu estabelecimento e que “perdeu a paciência”. Com o corpo todo coberto de tatuagens, ele diz que já foi adepto do satanismo, é anarquista e sofre de transtorno bipolar. Na loja foram apreendidos seis facas, um cassetete, duas bestas ou lançadores de flechas e muitos livros de estratégias militares.
A população teria tentado linchá-lo após as agressões contra Claudio e Givanildo. “Mesmo trabalhando há pouco tempo no Guadalupe, ele vivia intimidando as pessoas que passavam por ali. A Guarda Municipal já tinha recebido diversas reclamações contra ele”, explica o delegado do 1.º Distrito Policial (Centro), Vinícius Borges Martins. Nenhuma quantidade de droga foi encontrada com as vítimas, no entanto. Jean foi autuado por tentativa de homicídio.
Feridos
Um dos homens agredidos, Givanildo da Silva, recebeu pancadas tão fortes que teve que ser encaminhado às pressas, para o Hospital Evangélico, onde passaria por cirurgia de emergência na noite de ontem. Segundo a assessoria de imprensa do hospital, os golpes com uma barra de ferro acertaram a cabeça do homem, que também foi ferido com uma facada na cintura.
A segunda vítima, Claudio Roberto Machado, conseguiu escapar por pouco. “Ele chegou pelas minhas costas, mas vi que estava se aproximando e consegui me proteger. Ele só disse ‘saiam da frente da minha loja’. Se não tivesse colocado a mão, ele teria me acertado com força na cabeça”, conta. Claudio afirma que nem ele nem Givanildo são usuários ou traficantes de drogas e que estavam apenas “bebendo pinga” em frente à loja do rapaz.
“Pacífico”
Jean, entretanto, alega que Claudio já teria tentado roubá-lo na semana passada. “Sou pacífico, não tenho histórico criminal, mas uma hora você acaba perdendo a paciência”. De acordo com ele, o estabelecimento teria sido comprado com o dinheiro da venda do apartamento da mãe após sua morte. Os livros seriam para “conhecer melhor os inimigos”.
Por ser considerado instável e violento, o delegado Martins pediu o encaminhamento de Jean ao Centro de Triagem II, em Piraquara. “Pelo tipo de delito praticado, ele deve ficar separado dos demais detentos para não sofrer violência”, explica.
Confira o vídeo com o depoimento do jovem.