O estudante de Engenharia de Computação Leonardo Jeovani da Silva Zanon, de 20 anos, disse nesta sexta-feira (19) que foi torturado por seguranças privados ao ser flagrado, na primeira semana de agosto, pichando um galpão abandonado em Curitiba com um amigo. Ele foi reconhecido na gravação feita no telefone celular do segurança Marlon Balem Janke, de 30 anos, acusado de ter torturado e matado o estudante Bruno Strobel Coelho Santos, de 18 anos, pego pichando um muro em Curitiba, no início do mês.

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De acordo com o delegado de Almirante Tamandaré, na região metropolitana da capital paranaense, Jairo Estorílio, o estudante confirmou que Janke era um dos que o torturaram. Os pais reconheceram o estudante quando as imagens dos dois rapazes com os corpos cobertos com tinta foram mostradas na televisão. "Me senti humilhada, arrasada, muito mal", disse sua mãe, Aparecida da Silva, em entrevista à Rádio CBN. "Ele confirmou que era ele, que tinham torturado ele, que nunca foi tão humilhado quanto naquele dia e não falou de medo porque sabia que isso não ia dar em nada", relatou a mãe.

O delegado disse que Leonardo afirmou no depoimento ser grafiteiro. "Ele e o colega entraram em um galpão abandonado e começaram a fazer grafitagem, chegou um vigia da Centronic (empresa de segurança), de moto, e depois outro. Os dois chamaram mais dois vigilantes que vieram de carro. Eles bateram nos rapazes, obrigaram a tirar a roupa e, depois, fizeram um pintar o outro com a tinta que usavam para fazer a grafitagem", descreveu Estorílio. A polícia tentará, agora, identificar quem são os outros seguranças que supostamente participaram da tortura.

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