Estelionatários faziam cartões em nome de autoridades

Anderson Carlos Marques, 29 anos, ousou demais desta vez. Ele solicitou um cartão de crédito em nome do governador do Paraná, Roberto Requião de Mello e Silva.

A fraude foi feita com a ajuda de José do Carmo Silveira Júnior, que se identificava como assessor jurídico e também está atrás das grades. Nos anos 90, Anderson já tinha aplicado o mesmo golpe, com o nome do apresentador Carlos Massa, o ?Ratinho?, e de Rafael Greca, atual presidente da Cohapar (Companhia de Habitação do Paraná),

A dupla não chegou a usar o cartão do governador porque foi presa antes. A delegada Vanessa Alice, do Centro de Operações Policiais Especiais (Cope), que efetuou a prisão de José do Carmo confirmou que a dupla solicitava cartões em nome de pessoas influentes e autoridades, mas não revelou nome de nenhuma delas.

?São vítimas, não divulgamos nomes?, salientou.

Anderson fugiu da Colônia Penal Agrícola, em 3 de janeiro deste ano, onde cumpria pena por estelionato e furto. No dia 13 de março, policiais do 2.º Distrito Policial (Rebouças) recapturaram Anderson, na Vila Guaíra. No mesmo dia, José do Carmo Silveira Júnior, que é estudante de Direito, foi até a delegacia e exigiu que Anderson fosse colocado em liberdade, mas não conseguiu libertá-lo.

Escritório

A delegada Vanessa Alice disse que havia denúncias que cartões de créditos adicionais eram solicitados às operadoras, e o endereço de entrega era na Rua Bezerra de Menezes, no Ahú. Alguns dos cartões foram desbloqueados e estavam sendo usados para efetuar compras no comércio. ?Como eu já tinha efetuado a prisão de Anderson, em 2005, o modo de ação era semelhante e ele ficou foragido, fui ouvi-lo no COT (Centro de Observação e Triagem)?, contou a delegada. Ela disse que os dois chegaram a efetuar compras no valor aproximado de R$ 100 mil.

Na continuidade dos trabalhos, a delegada descobriu que José do Carmo trabalhava no escritório de advocacia JC Advogados Associados, com as iniciais de seu nome, e também estava envolvido no golpe. Anderson era cliente do mesmo escritório e os cartões eram entregues naquele local. Além disso, a mãe de Anderson trabalhava como governanta para José. ?Os dois foram autuados por estelionato e falsidade ideológica. Eles já têm uma extensa ficha criminal?, acrescentou.

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