Anderson Tozato |
Portaria bem guardada evitou a entrada de bandidos. |
O esquema de segurança do tradicional Colégio Marista Santa Maria, em Curitiba, evitou que uma aluna – de 7 anos – fosse seqüestrada. O fato aconteceu em maio, mas só divulgado agora que quatro membros da quadrilha foram presos por policiais do Grupo Tigre – Tático Integrado de Grupos de Repressão Especial.
De acordo com o delegado Riad Farhat, na ocasião um casal tentou apanhar a criança, filha de empresários, passando-se por tios dela. Desconfiado, pelo fato de não conhecê-los, o porteiro vetou a entrada dos dois. Segundo testemunhas, assim que o casal percebeu que não conseguiria apanhar a criança, fugiu em alta velocidade, quase atropelando outros alunos.
Os policiais do Grupo Tigre foram acionados para investigar o caso e há oito dias prenderam quatro criminosos que haviam sido contratados para cuidar da vítima, no cativeiro. Cláudio de Jesus Batista, 18 anos; Ivan de Jesus Batista, 23; Alessandro Corrêa da Silva, 18; e um adolescente, de 17, foram detidos no município de Mauá da Serra, norte do Paraná. Cada um receberia R$ 8 mil da quadrilha. "Através de investigações descobrirmos que eles viriam para Curitiba cuidar do cativeiro. Uma equipe foi deslocada para o município, onde foram presos. porém, como o período da prisão temporária venceu e o crime não foi consumado, o quarteto foi liberado", contou o delegado.
A polícia ainda não tem pistas do casal, que provavelmente foi contratado pelo chefe da quadrilha para fazer o seqüestro. O mentor do crime também não foi identificado. "Os presos não deram pistas de quem estaria por trás do seqüestro e desde maio a criança recebe proteção policial. Certamente a eficiência na segurança do colégio foi fundamental para que o crime não acontecesse", finalizou o delegado.
Segurança
De acordo com o diretor educacional Chico Sedrez, o Colégio Santa Maria tem atualmente 2.700 alunos. Além da segurança nas duas portarias da escola, há 16 câmaras de vídeo instaladas em vários pontos. As imagens são monitoradas da sala do diretor, da telefonista, das portarias e de outros setores.
Para entrar no colégio os veículos precisam conter um decalque de identificação da escola. De acordo com um dos porteiros, qualquer pessoa estranha que queira visitar ou prestar algum serviço no colégio deve preencher um questionário na portaria. "Depois que anotamos os dados referentes a pessoa, interfonamos para o setor que irá recebê-la, para garantir que está sendo esperada", contou.
O funcionário lembra ainda que não basta o decalque no carro para entrar no estabelecimento. "Mesmo com o selo nós barramos quem não conhecemos. Os dias que pais pedem para parentes buscar seus filhos, eles são obrigados a avisar a instituição, passando as características e a identificação da pessoa. Em hipótese alguma liberamos a entrada de quem nós nunca vimos aqui", finalizou o porteiro.