Crime macabro assustou moradores do bairro São Francisco, em Araucária, na manhã de ontem. Pedaços de um corpo, provavelmente do presidiário Valdecir da Silva, 48 anos, foram achados nas cavas de um areal, no final da Rua Cactus.
A cabeça e parte do peito foram colocadas dentro de uma bolsa e parte da coxa boiava na água. No local, foi localizada a autorização para Valdecir sair da Colônia Penal Agrícola (CPA), mas deveria ter voltado para a prisão no início do mês. Segundo populares, ele era conhecido como “Catinga”. No meio da tarde, as outras partes do corpo foram encontradas pelos bombeiros.
Um morador encontrou as primeiras partes do corpo, no início da manhã, ao levar cabritos para pastar no areal. “Levei um susto quando vi a bolsa aberta com a cabeça de um homem”, disse Agenor de Lara.
Até mesmo o experiente delegado Rubens Recalcatti, da delegacia de Araucária, espantou-se com o achado macabro. “É assombroso. Parece que se perdeu o valor da vida”, exclamou o policial.
Ainda são poucas as informações sobre o crime. Sabe-se apenas que o homem foi morto em outro local, já que não havia manchas de sangue naquela área. A perita Clarice, do Instituto de Criminalística, disse que a água altera o processo de decomposição do corpo, mas acreditava que a vítima foi morta, pelo menos, há um dia. Os restos mortais do homem foram levados ao Instituto Médico-Legal.
Investigações
Apesar do documento encontrado com o cadáver, o delegado Recalcatti vai aguardar a identificação oficial da vítima para traçar a linha de investigação. Valdecir estava preso por roubo na CPA e recebeu autorização de saída em 29 de maio. Ele deveria retornar à cadeia na segunda-feira da semana passada. Porém, segundo comentários, ele teria sido visto, domingo, perambulando pelo bairro.
A morte pode ter ligações com o passado de Valdecir. Sua antiga mulher teria ido morar com uma pessoa chamada “Miltinho” em Paranaguá. Lá “Miltinho”, e seu filho teriam trocado tiros com bandidos e o homem foi morto, de acordo com Recalcatti.