Envolvidos com tráfico e prostituição detidos

Durante 30 dias, a Delegacia Antitóxicos (Datox) e o Grupo Fera (Força Repressiva de Repressão Antitóxicos) monitoraram e filmaram atividades de prostituição e tráfico de drogas no Hotel Fox, Rua Ermelino de Leão, esquina com Cruz Machado, centro de Curitiba. A operação chegou ao fim às 2h de sábado, quando uma equipe policial ocupou o estabelecimento e deteu 20 pessoas acusadas de envolvimento com a venda e consumo de crack.

O hotel é localizado no ponto crítico do tráfico e da prostituição no centro. O dono do estabelecimento não foi encontrado e será intimado a depor. Segundo o delegado Alfredo Dib Júnior, titular da Divisão Antitóxicos, em princípio os funcionários não tinham envolvimento direto com o comércio da droga. "É até ilegal impedir a entrada de pessoas no estabelecimento. Mas queremos saber até que ponto eram criados entraves para que o hotel não fosse utilizado por usuários e traficantes", afirmou o delegado, que considerava o Fox o principal foco de distribuição de crack no centro de Curitiba. Ele estima que cem pedras eram consumidas diariamente nos quartos – oito delas foram apreendidas durante a ação.

Houve detenções dentro do hotel e nas imediações. Ao fim da operação, às 6h de ontem, todos os detidos foram levados à Datox. Onze pessoas eram usuárias de droga e assinaram apenas termo circunstanciado antes de serem liberadas. Seis mulheres foram detidas em flagrante: Márcia Nascimento, 20 anos; Fabiana Silva dos Santos, 19; Karina Oliveira Lima, 25; Jaqueline Ferreira Correia, 23; Vivane Claudine, 21 e Regina Márcia, 32. Uma garota de 16 anos, filmada distribuindo droga em frente ao hotel, foi apreendida e encaminhada à Delegacia do Adolescente. Outras duas pessoas, Andressa Pereira Bernardo, 18, e David Leandro Novakoski, 24, foram indiciadas e liberadas em seguida.Todos serão indiciados por tráfico de drogas e associação ao tráfico.

Algumas das mulheres detidas são garotas de programa, segundo o delegado. Muitas delas envolvem-se com o tráfico para não perder os clientes que condicionam o programa ao fornecimento de crack. "Há homens que temem o contato direto com o traficante e procuram as prostitutas, que fornecem a droga para não perder o freguês. Muitas vezes o programa sequer acontece", explicou Dib.

O delegado minimizou o fato de nenhum fornecedor da droga ter sido identificado. "Há mais distribuidores do que fornecedores em Curitiba. Estes têm contato direto com o usuário e papel decisivo do comércio ilegal de drogas", afirmou. 

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