Foto: Alberto Melnechucky/Tribuna |
Mesmo sem reagir, Cleonilson foi morto. |
Nada adiantou Cleonilson Roberto Ocheliski, 24 anos, entregar todo o dinheiro do caixa de seu bar e todo o mais que quatro ladrões lhe pediam. O assalto terminou com o rapaz morto com um tiro na nuca, atrás do balcão. O crime foi cometido por volta das 21h45 de quarta-feira, no Bar e Mercearia Cachimba, na Rua Delegado Bruno de Almeida, Caximba.
Os cerca de 10 freqüentadores do bar foram feitos reféns. Maurício era um deles e contou que o grupo chegou e anunciou o assalto, mandando todos deitarem no chão. "Eles deram coronhadas e chutes, e levaram nosso dinheiro", relatou. O rapaz e os outros clientes foram levados para o banheiro e, de lá, acompanharam pelos sons de uma garrafa quebrada e do estampido do tiro a violência dos assaltantes.
Maurício não acreditava que Cleonilson tivesse reagido ao assalto. "Ele fez tudo ?na boa’, até arranjou uma sacola para os bandidos colocarem os cigarros", comentou. Do caixa, foram levados pouco mais de R$ 100,00. O assalto levou cerca de cinco minutos e quando as vítimas saíram do banheiro, os assaltantes haviam sumido e o dono do bar estava caído atrás do balcão.
O Siate foi até o local, mas o tiro havia sido fatal. Conforme levantamento preliminar da perita Jussara, da Polícia Científica, apenas um tiro acertou a nuca de Cleonilson. "Somente exames complementares poderão determinar se ele foi atingido por uma garrafa", comentou a perita.
Suspeita
Logo depois de prender os clientes no banheiro, os bandidos libertaram um deles. "Era um homem baixinho, que nunca tinha aparecido aqui no bar", comentou uma das vítimas. De acordo com os soldados Marques e Mário, do Povo Caximba, vinculado ao 13.º Batalhão da Polícia Militar, um dos bandidos tinha um berimbau, de cor azul, tatuado no braço e outro foi descrito como moreno, com traços indígenas e de cabelo curto.
Não há certeza de como os bandidos fugiram do local. "Algumas pessoas disseram que eles pegaram um ônibus da linha Caximba-Olaria, mas não souberam precisar em qual direção", disse Mário. A outra versão é que um caminhão Mercedes-Benz azul tenha sido utilizado. O veículo, que estava parado em frente ao bar antes do crime, tinha sumido quando as vítimas voltaram à frente do estabelecimento.
Os investigadores Castro, Joacir e Luís Renato colheram as informações com as testemunhas e, por se tratar de latrocínio (roubo com morte), vão repassar o caso para a Delegacia de Furtos e Roubos. O delegado Rubens Recalcatti informou que espera o comparecimento dos clientes que presenciaram o latrocínio na delegacia para obter mais informações e assim dar prosseguimento às investigações.