Contato de garotos pelo site de relacionamento Orkut e pelo programa de mensagens simultâneas (MSN) acaba na polícia e com acusação de pedofilia. Dois adolescentes de 13 anos e 12 anos de Biguaçu (SC), Região Metropolitana de Florianópolis, marcaram um encontro com uma colega para uma festa em Curitiba, na quinta-feira passada.
Segundo o relato da menina de 11 anos e de seus avós, que moram na capital, a colega catarinense “se convidou” para visitá-la. Disse que estaria deixando a casa dos pais porque teria brigado com a família.
Os dois adolescentes contrataram um taxista em Florianópolis para trazê-los a Curitiba. Ele cobrou R$ 600. O dinheiro para pagá-lo foi roubado do pai da menina, que levou de casa cerca de R$ 5 mil.
Como deixaram a casa na manhã de quinta-feira e não retornaram para suas casas até o começo da noite, os pais se desesperaram e pediram apoio da polícia. O delegado Valter Rodrigues, da delegacia de Biguaçu, não dá maiores detalhes do caso e disse que a investigação corre pela polícia do Paraná.
As crianças nem chegaram a ir à casa da menina. Conforme Hugolino, inspetor da Polícia Rodoviária Federal (PRF), eles estariam retornando a pé, até a sua cidade natal e teriam sido achados na BR-376, próximos a Vila São Marcos, em São José dos Pinhais. Os dois foram levados ao Conselho Tutelar da cidade.
Segundo a conselheira Sueli Machado, o caso foi encaminhado ao conselho da cidade de origem dos garotos. Assim que deram entrada no conselho, eles já haviam sido informados que os pais estavam na cidade e os haviam localizados.
Segundo o pai da garota de 12 anos, os familiares pediram socorro à policia, mas como não tinham passado 48 horas para iniciar as buscas, eles resolveram por conta procurá-los. Foi no computador da filha que encontraram o endereço da colega curitibana e para onde vieram. Ele não conseguiu explicar quem chamou apoio da PM do Paraná.
Esclarecimentos
O avô da garota de 11 anos nega qualquer má intenção no caso e só quer que os fatos sejam esclarecidos. Ele prestou depoimentos no 5.º Distrito Policial (DP), foi ouvido e liberado.
Para a imprensa de Santa Catarina, o caso da fuga e das conversas, levantou as suspeitas da família de Curitiba estar ligado a uma rede de pedofilia. Porém, até ontem, segundo a Giseli, escrivã-chefe do Núcleo de Proteção à Criança e ao Adolescente (Nucria), que cuida desses crimes, o caso não havia sido repassado à especializada.