Moradores da Vila Sandra, na Cidade Industrial, encontraram o corpo de uma mulher, na manhã de ontem, num matagal. Eles acionaram a Polícia Militar que passou pelo local e não viu o cadáver.
Quando a imprensa chegou, por volta das 10h30, o corpo ainda estava lá, porém a PM não havia aparecido. Caminho até o cadáver é marcado por cruzes, que “esperam” as próximas vítimas.
Populares contaram que a mulher, aparentando entre 20 e 25 anos, já estava morta desde as 7h. Por volta das 9h30, a PM recebeu a ligação informando que o cadáver estava no matagal.
Uma equipe do 13.º Batalhão foi até a vila, mas não encontrou o corpo. Cerca de uma hora depois, profissionais da imprensa chegaram ao local e se depararam com o cadáver, no mato fechado em meio a latas, garrafas, roupas, calçados e cachimbos para uso de crack. A garota estava vestida com jaqueta marrom, blusa de lã verde, calça jeans e tênis preto. A vítima tinha ferimentos na cabeça.
Beco
Para chegar ao matagal, é preciso atravessar um beco cujo acesso se dá pela Rua João Tokarski. No caminho, há duas cruzes feitas com pedaços de madeira que, segundo moradores, simbolizam as “encomendas”, ou seja, quem está marcado para morrer na vila. “Meu nome não pode está ali. Tenho dois filhos pra criar”, comentou um dos rapazes.
Vizinhos disseram que estão acostumados com cadáveres na região, onde o tráfico de drogas é frequente. Segundo os moradores, pelo menos cinco pessoas já foram assassinadas no local.
“Moro aqui porque ainda não tenho condições para me mudar. Mas quero criar meus filhos longe”, desabafou um morador. Por volta das 11h30, nem a Delegacia de Homicídio nem o Instituto Médico-Legal (IML) haviam sido acionados.