Uma bomba com poder letal foi encontrada, na tarde de ontem, dentro do banheiro do Tribunal do Júri. O artefato estava sob a lixeira e foi desativado por policiais do Comando de Operações Especiais (COE). O advogado Dálio Zippin Filho acredita que o atentado foi um recado.
O plenário estava cheio para acompanhar o júri de Claudemir dos Santos Rosa, acusado de ter cometido um homicídio há seis anos. A sessão começou às 13h e, cerca de meia hora depois, o explosivo foi encontrado pelo oficial de Justiça José Vicente Gonçalves. "Quando entrei no banheiro estranhei que a lixeira estava virada para baixo. Ao desvirá-la vi alguns tubos amarrados com um relógio digital", contou o oficial que, em seguida, avisou o juiz.
O prédio foi desocupado e a área isolada. Os policiais do COE desativaram a bomba com jatos de água. "Ela foi feita com uma granada cortada e massa de tiro, por alguém que sabe lidar com isso. Não sabemos se a bomba estava programada pelo relógio ou se seria ativada de outra maneira", contou o oficial do COE Roberto Sampaio.
Perseguição
Zippin acredita que a bomba foi colocada no Tribunal para assustá-lo. "Era um júri comum, e a única pessoa em evidência que estava lá era eu. Foi um recado, não sei de quem", disse. A desconfiança do advogado surge depois que ele causou polêmica, quando informou à imprensa, na semana passada, sobre a prisão do advogado André Lanzoni Pereira, detido no Centro de Detenção Provisória de São José dos Pinhais. Na ocasião, Zippin contou que André estava incitando os detentos a se rebelarem, a mando do PCC.