Pai e filho, donos das empresas que venceram as licitações de R$ 4,6 milhões do transporte escolar de Rio Branco do Sul e Itaperuçu, foram presos temporariamente, na manhã de ontem, durante a Operação Caminho Certo, desencadeada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público do Paraná.

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De acordo com o promotor substituto de Rio Branco do Sul, Ivan Barbosa Mendes, as empresas fraudavam as licitações subcontratando outros empresários, com envolvimento de parentes que trabalham no Executivo e no Legislativo municipais.

“A cidade precisava de pelo menos 120 ônibus para atender todas as crianças, mas as empresas que venceram a licitação tinham apenas 13. Para prestar o serviço, elas contratavam outras empresas com apadrinhados no poder público”, explica.

Prejuízos

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A qualidade do serviço caía e as crianças eram prejudicadas. O Conselho Tutelar de Rio Branco do Sul denunciou, na semana passada, a falta do transporte escolar em algumas regiões da cidade.

“Alguns sublocados desistiam, porque achavam que não valia a pena. As empresas recebiam os R$ 4,6 milhões das prefeituras e repassavam um valor muito baixo para eles”, afirma Denílson Soares de Almeida, promotor do Gaeco.

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Enquanto algumas crianças ficavam sem transporte, outras eram levadas às escolas com veículos em más condições. “O valor pago não correspondia ao serviço prestado. O atendimento era precário”, ressalta Vani Antônio Bueno, coordenador do Gaeco em Curitiba.

De acordo com ele, é possível que haja envolvimento de vereadores das duas cidades nas fraudes, mas não há indicativos concretos da participação dos prefeitos.

Foram cumpridos 14 mandados de busca e apreensão, incluindo as empresas Nenetur e Ntur Transportes, e a prefeitura das duas cidades. Vários malotes com documentos foram apreendidos e serão auditados ao longo da semana. “Há suspeita de irregularidades em outras licitações de Rio Branco do Sul”, avisa Mendes.

Autuações

Pai e filho não tiveram os nomes divulgados. Eles prestaram depoimento na tarde de ontem, já acompanhados por advogados, e foram transferidos ao Centro de Triagem II, em Piraquara.

Eles podem responder por corrupção ativa e passiva, peculato, formação de quadrilha, lavagem de dinheiro, sonegação fiscal, e por infringir a Lei 8.666, de 1993, que proíbe a subcontratação por parte de empresas vencedoras de licitação.