O empresário Jamhar Amine Domit, 78 anos, foi preso na manhã de ontem por investigadores da Delegacia da Mulher, suspeito de assédio sexual e cárcere privado.
Segundo as denúncias, ele atraía mulheres com anúncios de emprego e as mantinha presas em seu apartamento luxuoso, de 350 metros quadrados, no Juvevê, onde a polícia apreendeu 12 carteiras de trabalho e três de identidade, supostamente de vítimas, além de objetos eróticos.
A última vítima do ancião ficou trancada no apartamento por dois dias até ser libertada pela polícia. Ela contou que além dos serviços domésticos foi obrigada a fazer sexo oral com o suspeito. Segundo a delegada Sâmia Cristina Coser, várias mulheres denunciaram a ação do suspeito.
“Depois de empregadas, elas tinham os seus documentos tomados pelo empresário, eram trancadas no apartamento e ficavam sem comunicação. Em seguida, passava a assediá-las sexualmente”, relatou.
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Os anúncios em jornais ofereciam, para empregada doméstica com experiência e sem filhos, para morar no emprego, salário superior a R$ 1,2 mil. Logo depois que a candidata entrava no apartamento, ele trancava a porta, guardava os documentos da vítima, e passava a assediá-la, conforme detalhou a delegada.
“As câmeras de segurança do edifício registraram 117 candidatas. As que ele considerava feia, dispensava em poucos minutos. As outras ele as obrigava a assistir filmes pornográficos.”
A delegada descobriu que uma das vítimas ficou presa no apartamento por mais de 15 dias, sem conseguir se comunicar. “Ela contou que tentou jogar bilhetes pela janela para avisar o porteiro, mas não conseguiu”, completou.
Na maioria dos casos, Jamhar não devolveu os documentos das vítimas. Ele as ameaçava dizendo que se fosse denunciado os usaria para prejudicá-las. Além disso, as humilhava dizendo que ninguém acreditaria nelas pois eram moças pobres denunciando um homem rico, obviamente com interesses financeiros.
Ele teve o mandado de busca e apreensão e a prisão temporária expedida pela 13.ª Vara de Violência Doméstica, e ficará no Centro de Triagem II por cinco dias. A delegada disse que vai requerer à Justiça a prisão preventiva do suspeito.