Empresária executada na CIC

A pouco movimentada Rua Ulisses Aurélio Vizinoni, na Colônia Augusta, atrás do Parque dos Tropeiros, Cidade Industrial de Curitiba, foi o local escolhido por marginais para executar a empresária Sônia Modesto, 32 anos, e balear a empregada dela, Tatiana Gusso, 29, na madrugada de ontem. O que motivou o crime ainda é um mistério para a polícia, que trabalha com diferentes linhas de investigação. Tatiana está internada no Hospital do Trabalhador e não corre risco. Através dela a polícia espera obter informações que possam esclarecer o crime.

As vítimas estiveram em uma danceteria, na quinta-feira à noite, em Santa Felicidade. Permaneceram no local até o início da madrugada. Retornaram para a casa da empresária – Rua Engenheiro Alberto Monteiro de Carvalho, Capão da Imbuia – por volta das 2h. Quando abriam o portão, foram rendidas por dois homens armados. Eles desceram de um Corsa sedã, prata, que também era ocupado por outro casal.

Seqüestro

Os marginais entraram no carro da comerciante, o Astra placa AXS-9500, e levaram Sônia e Tatiana. As vítimas pensaram se tratar de seqüestro-relâmpago ou roubo do veículo. Entretanto, os indivíduos rodaram por quase duas horas e, conforme relato da empregada, não pararam em caixa eletrônico para retirar dinheiro nem exigiram os cartões bancários delas.

O casal que ocupava o Corsa Sedã seguiu o Astra da empresária e a quadrilha se comunicava durante o trajeto. Na Rua Ulisses Aurélio Vizinoni, o Astra parou e os marginais ordenaram que as mulheres descessem. Sônia foi obrigada a ficar de joelhos e, em seguida, recebeu um tiro na cabeça. Tatiana, ainda de pé, também levou um tiro na cabeça, mas foi ferida de raspão. Os bandidos fugiram levando o Astra e provavelmente acreditando que haviam matado as duas.

Socorro

O local para a execução foi bem escolhido, pois a via – uma estrada de terra – não possui movimento, é ladeada por mato e, do ponto da execução, a residência mais próxima fica a cerca de 100 metros. Tatiana, mesmo sangrando, saiu em busca de ajuda. Andou até uma residência na qual contou aos moradores o que havia ocorrido. O Siate e a Polícia Militar foram acionados. Sônia morreu no local e permaneceu estirada na estrada de terra. Tatiana foi encaminhada ao hospital. Da empresária, os indivíduos levaram o celular e a carteira com dinheiro, além do carro. Sônia era sócia de um posto de combustível.

Vítima já teria sofrido um atentado há um mês

Três delegacias estão mobilizadas para investigar o motivo e descobrir a autoria do assassinato da empresária Sônia Modesto. Como ninguém sabe se ocorreu seqüestro, assalto-relâmpago, roubo de carro ou ainda uma vingança, a Furtos e Roubos, a Furtos e Roubos de Veículos e a Homicídios trabalham juntas. A empregada Tatiana foi ouvida no hospital. Disse que os criminosos pareciam não conhecer Curitiba e tinham sotaque paulista. Comentaram, entre eles, que procuravam um lugar para executar as duas mulheres.

O delegado Rubens Recalcatti, da Furtos e Roubos, é um dos policiais que comanda a investigação. ?Normalmente em situações de roubo de veículo ou seqüestro-relâmpago, os pertences são levados e as vítimas não são executadas. Por isso quase descartamos hipótese de seqüestro e roubo. Pode se tratar de execução, algo dirigido especificamente à empresária, vamos continuar investigando?, afirmou.

O superintendente Donizeti, da Delegacia de Homicídios, conta que os familiares já compareceram à delegacia para retirar a guia de necropsia, e nada falaram sobe o caso. Eles começarão a ser ouvidos na segunda-feira.

No Instituto Médico-Legal, familiares e amigos comentaram que Sônia já tinha sofrido uma tentativa de seqüestro, há um mês, ocasião em que conseguiu fugir, porém bateu a sua Mercedes placa BED-8889, com perda total. Por esse motivo, explicou o delegado Recalcatti, Sônia andava com o Astra de seu irmão, Sidnei, comprado em dezembro de 2005.

Ontem à tarde a polícia ainda apurou que o Astra e o Corsa foram vistos – uma hora após o seqüestro – trafegando em alta velocidade ao lado do Detran, no Capão da Imbuia. Na ocasião, o Astra – que transportava as vítimas – chegou a colidir na traseira do Corsa, que tem as prováveis iniciais da placa AA. Os carros foram vistos seguindo sentido Piraquara.

Nos serviços funerários da Prefeitura, consta que Sônia será sepultada hoje, no Cemitério Vertical, Tarumã, às 17h.

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