A Estrada Dom Pedro, na localidade de Mato Limpo, em Campo Magro, foi o local escolhido por assassinos para abandonar o corpo da empresária Bernadete Dolores Dulla Zella, 43 anos, morta com um tiro na nuca. Dona de uma panificadora na Avenida Manoel Ribas, nas Mercês, ela foi sequestrada por volta das 21h de domingo  (17) antes de ser assassinada. A filha dela, de seis anos, presenciou parte do crime, mas foi deixada amarrada na confeitaria e não foi ferida.

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Bernadete e a filha estavam na panificadora e, minutos depois de fecharem as portas, foram surpreendidas por três homens, que usavam touca balaclava e portavam armas de fogo. A filha ficou amarrada e apenas a empresária foi levada no carro da família. Os marginais também levaram alguns aparelhos de TV, um cofre e outros objetos. Depois de morta com um tiro na nuca, o corpo da mulher foi desovado em Campo Magro.

Câmeras

Ontem (18) foram divulgadas imagens dos homens em ação dentro da cozinha da confeitaria. A Delegacia de Furtos e Roubos (DFR), responsável pelo caso, também solicitou imagens do sistema de segurança de outros estabelecimentos comerciais da região. Policiais do Centro de Operações Policiais Especiais (Cope) estiveram no local e ajudam na investigação.

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A presidente do Conselho de Segurança da região, Clair da Flora Martins, disse que Bernadete fazia parte do conselho e constantemente reclamava dos assaltos. “No ano passado, ela contabilizou mais de 10 crimes. Neste ano, já fizemos manifestações e reuniões diversas, onde foram convidados o governador, o secretário de Segurança Pública, entre outras autoridades. Mas nenhum deles compareceu. Além disso, percebemos que o secretário anterior prometeu uma série de ações para a nossa região, mas como houve a troca, os projetos ficaram para trás. E a confeitaria da Bernadete continuou sendo assaltada. A última vez foi no dia 28 de fevereiro”, contou a Clair.

Polícia descarta latrocínio

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Alguns pontos da investigação, da morte da empresária intrigam o delegado Amarildo José Antunes, da Delegacia de Furtos e Roubos (DFR). Uma das situações que mais chamam atenção é o fato de a vítima ter sofrido um sequestro, nos mesmos moldes, há seis anos. Mas o fato nunca foi comunicado à polícia. “Ela só não foi morta porque estava amamentando na época, mas não contou nada à polícia. Tem muita coisa que não bate nessa história”, explica o delegado.

Nenhuma linha de investigação foi descartada ainda. Mas o delegado acha pouco provável que seja um latrocínio (roubo com morte). Os cuidados tomados pelos autores, que usaram até luvas para não deixar vestígios, também reforçam a tese. Execução e crime passional estão entre as linhas investigadas. “Eles não correriam riscos desnecessários, indo para uma estrada deserta para se desfazer do corpo, se fosse apenas roubo. Além do mais, tiveram objetos de valor que não foram levados, inclusive as jóias que estavam no corpo da vítima”, ressaltou o delegado.

Em breve, a filha da empresária, que viu parte da ação, deve ser ouvida. “Ela é uma testemunha importante. Ainda quero ouvir esta criança”, destacou Amarildo.

Veja o vídeo da câmera de segurança da panificadora.