Dois dos 19 presos na semana passada pela operação Grande Empreitada, Emerson Gava, presidente da Associação Paranaense dos Empresários de Obras Públicas (Apeop) e o vice-presidente Fernando Gaissler Moreira devem ser ouvidos hoje pelos delegados da Polícia Civil. A operação deflagrou um esquema de fraudes em licitações de obras públicas que envolvem empreiteiros, funcionários públicos e os dirigentes da Apeop.
Segundo Sérgio Sirino, delegado titular do Núcleo de Repressão a Crimes Econômicos (Nurce) e coordenador das investigações, os depoimentos ainda não foram colhidos porque os dois, por se tratarem de peças-chaves no inquérito e pela complexidade do que eles têm a falar, precisam de mais tempo para o interrogatório.
Até o momento 26 pessoas foram ouvidas e na sexta-feira a polícia se concentrou nas declarações de Carlos Henrique Machado, gerente-executivo da Apeop. Além dos depoimentos de Gava e de Moreira, outras 13 secretárias devem ser ouvidas essa semana, das quais 11 são das empresas envolvidas e duas da Apeop. O delegado Sirino avisa que, se alguma delas for pega mentindo, serão presas em flagrante por falso testemunho.
Além de identificar a participação de outros servidores públicos envolvidos na fraude, cujos nomes não foram divulgados, a polícia também corre atrás de outras pessoas que já têm seus mandados de prisão expedidos. Três delas devem se apresentar nas próximas horas: Alberto Quintaes e Fernando Cavendish Soares, empreiteiros da empresa Delta, que devem ficar recolhidos no Cope; e Célia Maria Simoso, uma das proprietárias da empresa Estrutural, que está internada em um hospital em São Paulo.
