A Polícia Civil do Paraná não trabalha nesta quarta-feira (21). Essa foi a informação passada pela Associação dos Delegados de Polícia do Paraná (Adepol), durante protesto, que reuniu pelo menos 200 policiais e cidadãos sem frente à Delegacia de Furtos e Roubos de Veículos (DFRV).
A manifestação, com a presença de delegados, investigadores e até cidadãos, foi feita para mostrar solidariedade aos policiais presos junto com o delegado Rubens Recalcatti. Todos são investigados por um homicídio em Rio Branco do Sul, na região metropolitana de Curitiba.
Ao todo, segundo o vice-presidente da Adepol, João Ricardo Noronha, 500 delegacias ficaram de portas fechadas em todo o Paraná. “Isso pra mostrar para a população e para todas as autoridades, que não aceitamos a forma que foi feita essa investigação”, explicou. Segundo Noronha, pelo menos até às 20h desta quarta, as delegacias do Estado só atenderam a flagrantes e situações de emergência.
A intenção do protesto foi a de pedir para que não sejam feitas prisões precipitadas. “Não somos contra nenhuma investigação, pelo contrário, temos que ser investigados sim, mas de forma correta e não midiática”, disse Noronha. De acordo com o vice-presidente da Adepol, os policiais não precisavam ser presos para que as investigações fossem feitas.
A forma em que tudo aconteceu com os policiais investigados na operação do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) fez com que todos os demais policiais tenham medo de trabalhar. Pelo menos é assim que define o Sindicato dos Investigadores de Polícia (SIPOL).
O delegado Rubens Recalcatti, que foi solto depois de sete dias, disse que embora esteja na rua, prefere não comentar sobre a prisão no momento. “Poderia falar tudo que está atravessado, mas ainda não é o momento”, disse.
Recalcatti disse que ainda sente a sensação de injustiça, pois embora ele esteja livre, sabe que ainda continua a investigação e os policiais que trabalham com ele permanecem presos. Para ele, o manifesto desta quarta deve ser visto por toda população como uma forma de exemplo para mostrar que a polícia deve ser respeitada, e não julgada de forma precipitada.
O delegado, que comandou a operação que acabou na morte de um suspeito de homicídio, disse ainda que a ação dos policiais em Rio Branco do Sul foi um trabalho digno de respeito. “Todos sabem que existe uma quadrilha de traficantes por lá, que atua há 20 anos e ninguém nunca teve coragem de entrar na cidade. Nós tivemos, não houve crime e sim uma reação”, disse.