Duplicação da BR-116 vira ?novela?

O acidente que matou cinco pessoas no último domingo, no trecho da BR-116 que corta Fazenda Rio Grande, alertou mais uma vez sociedade e autoridades para o perigo que representa a rodovia no local. Envolta em trâmites burocráticos, a área está em vias de ser privatizada, mas o lançamento do edital ainda depende de aprovação por parte do Tribunal de Contas da União (TCU). Enquanto isso, o Departamento Nacional de Infra-estrutura de Transportes (Dnit), que já tem projeto elaborado para a duplicação da pista, fica de mãos atadas à espera da definição governamental.

O prefeito de Fazenda Rio Grande e presidente da Associação dos Municípios da Região Metropolitana de Curitiba, Antônio Wandscheer, reclama há tempos intervenções no trecho, que contorna o sul de Curitiba.

O problema é que este pedaço crítico da 116, que compreende 25 quilômetros entre Curitiba e Mandirituba, foi liberado em fevereiro deste ano pelo Conselho Nacional de Desestatização (CND) para ser concedido à iniciativa privada. O edital de licitação, entretanto, não foi lançado até hoje, preso nas análises do TCU. Mais: de acordo com o edital, a concessionária que ganhar a concorrência tem até três anos para duplicar a rodovia, segundo a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT).

Hoje, o prefeito Antônio Wandscheer embarca para Brasília para pontuar o assunto com o ministro das Relações Institucionais, Walfrido dos Mares Guia. As obras são orçadas em R$ 100 milhões. Enquanto isso, o Dnit se prepara para a possibilidade de pôr em prática o projeto de duplicação e executar as obras sem ter de esperar pela privatização.

Caso a resposta seja positiva, deve haver mudanças no edital a ser lançado para a iniciativa privada. Por enquanto, o que o departamento garante é que vai finalizar os cerca de três quilômetros de duplicação, somando as entradas de Fazenda Rio Grande e Mandirituba, previstos antes da provável desestatização. O órgão promete ainda fazer uma passarela na ponte sobre o Rio Iguaçu.

Acidente

A menina Jéssica Andressa Prado Maciel, 3 anos, sobrevivente do acidente de domingo, continua na UTI do Hospital do Trabalhador, em Curitiba. O quadro dela ontem era estável, apesar de grave. A menina perdeu os pais e as irmãs na tragédia.

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