Os corpos ficaram caídos embaixo da
mesa e na da foi roubado pelo asassino.

A residência onde moravam Patrícia Ribeiro Ferraz, 36 anos, e Delvino Demenech, 41, foi invadida por dois homens, às 20h de quinta-feira. Os invasores saíram poucos minutos depois, deixando para trás o casal morto na sala, e entraram em um carro que os esperava no portão, na Rua Ibaiti, Sítio Cercado. Delvino se identificava aos vizinhos – e ao homem que lhe alugava o apartamento – como Carlos, o que pode ser uma pista para a polícia. Parentes de Patrícia também informaram que conheciam Delvino pelo nome de Carlos.

O casal morava na parte de baixo de um sobrado, dividido em apartamentos. O vizinho de cima ouviu os tiros, quando estava embalando o filho no colo. Segundo relatou foram dois e, em seguida, outros tantos que não soube precisar. “Acho que foram uns oito”, disse. Nos corpos caídos embaixo da mesa, a Polícia Científica, contou 12 ferimentos, em avaliação preliminar. No chão foram recolhidas cápsulas de pistola e, fora cadeiras caídas, nenhum desalinho foi encontrado na moradia. “Foram nove tiros no homem e três na mulher”, contou o delegado Jaime da Luz, da Delegacia de Homicídios, responsável pelas investigações. “Pelo número de disparos, tudo indica que o alvo dos criminosos era o homem.”

Execução

Patrícia estava sentada, vestindo camisola e calçando pantufas, mexendo em um computador portátil (laptop), provavelmente salvando imagens de uma máquina fotográfica digital que também ficou sobre a mesa. Ali mesmo ela recebeu três disparos: na cabeça, no peito e na perna. Delvino foi baleado com três tiros nas costas, dois no rosto, dois na barriga, um na perna e outro no braço. O bule quente sobre a pia da cozinha, com o coador ainda acoplado a ele, indicava que o homem estaria preparando café quando os invasores entraram. Delvino teria chegado em casa apenas meia hora antes de ser morto.

Os vizinhos não souberam dar pistas de algum motivo para a dupla execução. Cerca de 10 minutos antes, o vizinho de cima havia sido convidado por Delvino para tomar um café com o casal. Recusou, dizendo que voltaria mais tarde. Conforme relatado pelo proprietário do sobrado, os dois se mudaram para lá em janeiro. Eles disseram ter vindo da casa da avó de Patrícia, que estava em reforma, e que pretendiam ficar apenas alguns meses, até o fim das obras. Delvino sempre dizia se chamar Carlos.

Mistério

Para os moradores do sobrado a morte do casal foi uma surpresa. “Eles eram simpáticos, nunca brigaram nem recebiam visitas”, contaram. Delvino dizia que tinha dois caminhões, em Londrina, e recebia dinheiro mensalmente, que seu irmão mandava de lá. Ele contava que Patrícia era sua segunda mulher e que o divórcio com a primeira estava em andamento. Patrícia dizia aos vizinhos que Delvino era seu terceiro marido e que trabalhava como gerente em uma empresa de segurança.

A pista para a polícia localizar parentes de Patrícia foi um carro vendido para um dos vizinhos, que estava no nome da mulher, com um endereço de Curitiba. Policiais foram até a casa e descobriram que lá morava o ex-marido de Patrícia. Indagado pelos policiais se conhecia Delvino, ele relatou que o amásio de sua ex-mulher se chamava Carlos e ele o conhecia do norte do Paraná. O homem contou ainda que Carlos já esteve preso por roubo no Paraná e em São Paulo. “Ainda estamos apurando esta informação”, ponderou Jaime.

Outro fato que chamou a atenção da polícia é de que um comerciante de Cascavel (PR), de nome Delvino Demenech, teve seu mercado roubado em maio do ano passado, quando os marginais levaram seus documentos. “Já encontramos a queixa no sistema, vamos tentar localizar o comerciante. Pode ser que Delvino esteja vivo e quem morreu foi outra pessoa, que pode ser este tal de Carlos??, salientou.

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