Dois soldados, lotados na 2.ª Companhia do 13.º Batalhão da Polícia Militar, foram presos em flagrante por policiais do serviço de inteligência do mesmo batalhão, acusados de exigirem R$ 600 de um traficante no bairro Umbará, em Curitiba, às 23h da última sexta-feira. Os dois soldados não tiveram seus nomes divulgados, mas foram autuados por concussão (extorsão praticada por funcionário público) em Inquérito Policial Militar (IPM), e encaminhados ao Centro de Observação e Triagem (COT), em Piraquara. Como são acusados de praticar o crime em serviço, eles foram autuados no artigo 305 do Código Penal Militar.
O tenente Cecílio Campiollo Luz, relações-públicas do batalhão, informou que uma pessoa telefonou anonimamente para o batalhão e denunciou que policiais militares da viatura Povo do Umbará iriam extorquir um homem, no cruzamento das Ruas Nicola Pelanda com a Estrada do Ganchicho, no Umbará. Diante das informações, os policiais montaram um esquema e ficaram aguardando para apurar a veracidade da denúncia. Assim que chegaram, notaram que um homem estava no local, em atitude suspeita. Às 23h chegou a viatura. Os dois soldados desceram e fizeram a abordagem ao homem. Em seguida, ficaram conversando por alguns minutos, quando seus colegas do serviço de inteligência fizeram a abordagem, revistando os dois soldados e o homem. ?Com o homem foram encontrados R$ 600?, contou Campiollo.
Ao ser indagado pelo serviço de inteligência, o homem, que também não teve o nome divulgado, contou que há alguns anos foi preso por tráfico de drogas, mas que não deve mais nada à Justiça. Segundo ele, na terça-feira os dois soldados o abordaram. Apesar de não portar nenhum tipo de droga nem nada ilícito, o homem alegou que foi ameaçado pelos soldados, que exigiram R$ 600 para ?deixá-lo em paz?. Os militares ainda teriam prometido que o perseguiriam até conseguir prendê-lo. Por este motivo, resolveu cumprir a exigência dos PMs.
O coronel Carlos Alexandre Scheremeta, comandante do batalhão, informou que será investigado o motivo da concussão. ?Vamos investigar. Mas, por enquanto, não vamos divulgar os nomes dos soldados nem maiores detalhes?, salientou Scheremeta.