O lança-perfume é uma substância inalante, que age no sistema nervoso central e é introduzida no organismo através da aspiração pelo nariz ou pela boca. A droga é composta por éter, clorofórmio, cloreto de etila e uma essência perfumada, capaz de acelerar a freqüência cardíaca até 180 batimentos por minuto, provocando parada cardíaca e muitas vezes a morte. O consumo leva ainda à destruição das células do cérebro (os neurônios), que não se recompõem. No passado, o uso do lança-perfume foi comum no Brasil, principalmente no Carnaval. Uma brincadeira comum era esguichar o produto nos outros foliões, causando uma sensação "fria", agradável e perfumada. Estas brincadeiras foram, entretanto, dando lugar ao uso do lança-perfume como droga inalante: as pessoas molhavam lenços com o líquido e o aspiravam, com uma sensação obtida de euforia e entorpecimento. Após vários casos de morte por parada cardíaca, o lança-perfume acabou por ser proibido no Brasil, na década de 60. Entretanto, é ainda uma droga encontrada com uma certa facilidade no período de Carnaval, pois sua produção é livre na Argentina, sendo contrabandeada de lá e também do Paraguai.
O início dos efeitos, após a aspiração, é bastante rápido – de segundos a minutos no máximo – e desaparecem rapidamente, em 15 a 40 minutos. O usuário, assim, acaba por repetir várias vezes as aspirações. A maioria dos usuários relata um quadro de desinibição, falsas percepções ou ilusões, pensamento confuso, sonolência e ocasiona amnésia. Podem haver ainda irritação nos olhos, sensibilidade à luz, visão dupla, zumbidos, náuseas, nistagmo (movimentos dos olhos), retardo psicomotor, tremor, convulsões, estupor e coma.