Presos em flagrante por maus-tratos e cárcere privado, Beabir Faria, 57 anos, sua filha Andréa Estevã Faria, 24, e seu irmão Jamir Francisco Faria, 61, também foram indiciados por tortura. Os três foram presos sob a acusação de manter 63 pessoas, entre elas uma criança de 8 anos, em condições desumanas, no Asilo Tia Leoni, na Rua Charles Darwin, Jardim Aristocrata, em São José dos Pinhais.
O delegado Paulo Silveira, titular da Delegacia de São José dos Pinhais, explicou que a nova acusação surgiu após psiquiatras ouvirem os internos, que alegaram que apanhavam dos administradores. ?Continuamos as investigações e fatos novos poderão surgir?, disse o delegado.
O chefe de investigação Altair Ferreira contou que a menina de 8 anos, que estava no asilo, foi entregue ao conselho Tutelar. ?Ela foi adotada irregularmente?, disse. Ontem, uma família de Caxias do Sul (RS) foi até São José para reencontrar um parente, com quem não tinha contato há 15 anos. ?Eles descobriram que ele estava lá, pela imprensa?, contou.
Altair explicou que as seis pessoas que já haviam passado pelo Complexo Médico Penal não eram réus presos e foram deixadas no Asilo Tia Leoni por familiares, com autorização judicial.
Ontem, o juiz Eduardo Lino Bueno Fagundes Júnior, da 2.ª Vara Criminal de São José dos Pinhais, indeferiu o pedido de liberdade provisória, feito pela defesa dos acusados.
O asilo foi estourado pela polícia e órgãos de saúde do município, após o Ministério Público receber uma denúncia de que o local funcionava como ?depósito de gente? e que os internos eram maltratados.