Três envolvidos com a revenda de carros Emily Car, acusados de lesar mais de 200 pessoas com golpes que ultrapassam R$ 1 milhão, foram apresentados ontem no 2.º Distrito Policial (Rebouças). Os irmãos Emília e Luís Carlos Budnievski, donos da loja, se negaram a falar com a imprensa. O noivo da proprietária, Brás Alves Corrêa, alegou que é inocente e que a loja não tinha irregularidades. Ele disse que os problemas surgiram depois que o trio teve que se afastar da revenda por conta de ameaças de extorsão, praticadas pelo funcionário de uma emissora de televisão.
Os três eram procurados desde janeiro e, no mês seguinte, se apresentaram à polícia. Na tarde de ontem, eles foram ouvidos na delegacia.
De acordo com a delegada Selma Braga, há cerca de 40 inquéritos que os envolvem em crimes como apropriação indébita, estelionato e formação de quadrilha.
Um dos crimes mais aplicados pelos acusados era o de receber carros em consignação, vendê-los e não entregar o dinheiro aos proprietários dos veículos.
Depoimentos
A versão dos acusados à polícia é de que a loja começou a apresentar problemas depois que os proprietários tiveram que se afastar porque não quiseram pagar R$ 100 mil ao funcionário de uma emissora de televisão que ameaçava divulgar irregularidades sobre a revenda na mídia. Brás contou, durante sua apresentação no distrito, que foi o pivô da perseguição. ?Desde setembro de 2007 pessoas da emissora de televisão estavam me procurando e pedindo dinheiro para não divulgar irregularidades, que não existiam, no programa de televisão. A dona da loja não quis pagar. Eles iam duas vezes por dia lá na loja para fazer propaganda negativa aos clientes. Por isso nós deixamos de ir até a loja e deixamos nas mãos de funcionários. Além disso, com a confusão o movimento baixou?, disse Brás.
A delegada afirmou que essa é a versão dos três presos, e que não há provas sobre ela. Depois de prestar depoimentos, o trio voltou para o Centro de Triagem, onde está recolhido.