Policiais da Divisão Estadual de Narcóticos (Denarc) desarticularam ontem esquema de venda de cocaína em sanduíches de uma franquia de uma rede de lanchonetes. O esquema funcionava na Waldo X-Picanha Prime, na esquina das alamedas Cabral e Princesa Izabel, no bairro São Francisco. A droga era entregue em casa, dentro dos lanches, que eram pedidos diretamente pelo celular do gerente. Cinco pessoas foram presas, entre elas o proprietário da franquia e o gerente da lanchonete.
A casa noturna Purple Hills, ao lado da lanchonete e que pertencia ao dono dafranquia da lanchonete, também é investigada e deve ser fechada. Segundo a polícia, no local também havia venda de drogas. Além disso, a boate permitia a entrada de menores, conforme a polícia.
Átila Alberti |
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Polícia investiga boate ao lado, que pertence ao mesmo dono. |
A Operação Salgueiro, como foi denominada, começou há sete meses. Os policiais descobriram, a partir de grampos telefônicos, que os clientes, com alto poder aquisitivo, ligavam para pedir lanches e, por códigos, diziam a quantidade de droga que queriam. A cocaína era entregue por motoboy na casa do comprador ou, em alguns casos, pelo próprio gerente, dentro da lanchonete.
Celular
De acordo com a Denarc, o suspeito de comandar a venda da droga era o gerente César Batista Kokurudza, pelo celular. Ele e o proprietário da franquia, Alexsandro Cardoso, conhecido como “Sandro Cardoso”, foram presos. Além dos dois, Pedro Nuno Carneiro, que morava com César, o suspeito de ser o fornecedor da droga Marlon Lapola e Marcelo Lopes dos Santos, dono de outro bar na região, também foram detidos. Todos tinham mandados de prisão preventiva decretados pela Justiça.
Tudo começou no Opção
Átila Alberti |
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As investigações começaram depois que três pessoas foram presas no Opção Bar, na Rua Saldanha Marinho, em maio. O local, segundo as investigações, funcionava há aproximadamente um ano e meio e foi fechado pelos policiais da Denarc, porque lá não serviam comida nem bebida, mas maconha e cocaína. Na época, o proprietário Kalleu Stevan Fernandes de Souza, 26 anos, o funcionário Hidalto Ventura do Nascimento, 33, e Jacó Pereira Krube, 44, suspeito de fornecer os entorpecentes foram presos.
De acordo com a Denarc, César Batista Kokurudza (foto) era um dos sócios do Opção Bar e vendeu a parte dele no negócio, semanas antes de o local ser fechado. Apesar de ter o nome no alvará na época da operação, ele não foi preso e passou a trabalhar como gerente, dando continuidade na venda de cocaína, na franquia Waldo X-Picanha Prime. Lá ele passou a vender a droga para os mesmos clientes, mas dentro dos lanches.
Rede
Marcelo Lopes dos Santos, dono de um bar na região central, é suspeito de também fazer a venda de cocaína no Matozo Bar, que era de sua propriedade. A polícia investiga a participação de outras lanchonetes e casas noturnas da capital com o grupo. Detalhes sobre o esquema serão divulgados hoje pela Secretaria da Segurança Pública (Sesp).
Sem vínculo com a marca
Em nota, a assessoria de imprensa do grupo Waldo X-Picanha disse que a loja onde foram cumpridos os mandados de prisão é uma franquia, e, por isso, o grupo não tem nenhuma responsabilidade sobre o fato. Segundo informou o órgão, as lojas originais da rede – localizadas no Alto da XV e no Água Verde – não têm vínculo com o Waldo X-Picanha Prime e com “nenhum outro estabelecimento que op,ere em Curitiba com o mesmo nome, já que existem outras quatro operações na cidade administradas por outros empresários”.