Doente mental vai a júri em União da Vitória

Uma verdadeira história de horror pode chegar ao final amanhã, no plenário do Tribunal do Júri de União da Vitória, onde o doente mental Sebastião Ferreira do Nascimento, 32 anos, sentará no banco dos réus, para responder pelo assassinato de Pedro Ribeiro Nascimento, 64.

O crime aconteceu na zona rural do município de Cruz Machado, em 23 de setembro de 2005. Sebastião seria abusado sexualmente pela vítima, quando reagiu e a matou a golpes de um pé de mesa.

Desde então, recolhido em celas superlotadas de delegacias da região, o réu sofreu toda a sorte de abusos, inclusive foi currado por vários presos sem nunca ter recebido o tratamento médico necessário para o seu caso.

Com tendências suicidas, sofrendo alucinações, muitas vezes ele batia com a cabeça contra a parede da carceragem, gritando que seu corpo estava queimando e o chão pegando fogo. Com sarna e suspeita de ser portador de HIV, contaminou outros presos, sem que pudesse pelo menos ficar isolado, já que não havia lugar para deixá-lo.

O júri será presidido pela juíza substituta Camila Covolo de Carvalho, atuando na promotoria Júlio Ribeiro de Campos Neto. A defesa está a cargo do criminalista Rodrigo Faucz Pereira e Silva, nomeado dativo para atender o acusado.

“O Sebastião é um morto-vivo que precisa de uma chance para se recuperar, através de tratamento médico”, afirmou o defensor. Rodrigo pedirá absolvição, baseando-se na tese de legítima defesa, e requererá que o acusado seja encaminhado para um Centro de Atenção Psicossocial ou para um hospital psiquiátrico, para tratamento.

Já o promotor revelou que também irá pedir a absolvição, diante dos laudos que confirmam a insanidade do réu, mas considerando-o perigoso, vai pedir seu internamento no Complexo Médico Penal, por medida de segurança.

“Esta é uma pena de prisão perpétua, uma vez que mandado para o antigo Manicômio Judiciário, Sebastião nunca mais sairá de lá”, comentou Rodrigo, enfatizando que mesmo com problemas mentais, ele tinha o direito de se defender do abuso sexual que sofria desde pequeno.

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