Após dez meses de trabalho, o resultado de exame de DNA feito pelo Instituto de Criminalística confirmou a identidade de duas jovens, mortas a marretadas em 2008, em Campo Mourão, centro-oeste do Estado. Com a prova técnica, Raimundo Gregório da Silva, 50 anos, que era zelador da escola onde as garotas estudavam e confessou o crime, poderá ir a julgamento. Falta de recursos financeiros e amostras de DNA prejudicadas seriam os motivos da demora do laudo.

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Os ossos das garotas foram encontrados na fossa da Escola Estadual Vinícius de Moraes, e a polícia aguardava apenas a identificação das vítimas para seguir com o processo. Foram precisos dez meses de trabalho, com 16 tentativas de extração de DNA, e R$ 13 mil gastos em exames para concluir que os restos mortais pertenciam à Dimitria Laura Vieira Gênero, 15 anos, e à Iara Pacheco de Oliveira, 19.

De acordo com a polícia, as suspeitas já recaiam contra Raimundo, que está preso desde agosto do ano passado. O zelador, que trabalhava e morava no colégio, disse à polícia, no ano passado, que atraiu as garotas até sua casa. Depois de mortas a golpes de marreta, as jovens foram enterradas na horta da escola. Após um mês, o zelador as desenterrou, incinerou os ossos, e os jogou na fossa, o que dificultou a extração do DNA.

Raimundo, inclusive, tinha namorado uma tia de Dimitria e o que chamou a atenção da polícia foi que ele se aproximou da família dela depois dos desaparecimentos. Ele dizia ter recebido mensagens de Dimitria pelo celular e que ela estava morando na Espanha. Diante dos indícios, a polícia conseguiu um mandado de busca e apreensão na casa dele, onde foram encontrados vários filmes e revistas pornográficas e um celular em que tinha arquivada uma das mensagens falsas.

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Pertences das meninas foram encontrados no forro do prédio da escola. “Ele não deu detalhes do motivo do crime, disse apenas que estava com medo por causa do material pornográfico encontrado na casa dele. Ele também nega ter violentado as jovens”, disse o delegado-adjunto da Divisão Policial do Interior, Pedro Luís Fontana Ribeiro.

Recursos

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O responsável pelo setor de DNA do Instituto de Criminalística, Hemerson Bertassoni Alves, explicou que os ossos foram encaminhados para análise em outubro do ano passado, mas a falta de recursos para compra de reagentes retardou os exames, que só tiveram início em dezembro.

O DNA estava degradado, porque foi submetido ao calor e à umidade, quando os ossos foram incinerados e enterrados. “Foram utilizadas quatro técnicas diferentes de extração, todas validadas por protocolos internacionais. Não houve nenhum problema administrativo interno que tenha contribuído para a demora dos resultados, o fato foi que ficamos seis meses sem material para fazer os exames. Hoje temos verba suplementar para receber e a expectativa é que não falte dinheiro para a realização do DNA”, afirmou o diretor do Instituto de Criminalística, Antônio Édson Vaz de Siqueira.