A versão de que o assassinato de Cristiano Freitas de Oliveira, 21 anos, ocorrido na noite de domingo, no São Braz, foi motivado pela briga entre as gangues Vila do Sapo (VDS) e Comando do Extermínio (CDE) pode não ser verdadeira.
O principal suspeito de ter cometido o crime não integra nenhum dos dois grupos e está foragido.
Uma moradora disse que, como todos os crimes acontecidos na região são atribuídos às duas gangues, pessoas de fora estão aproveitando o “álibi” para praticar crimes e incitar a disputa pelo território.
“Cristiano, que morava na região controlada pelo CDE, foi morto, automaticamente, o pessoal da gangue imaginou que o assassino era da VDS. Foi por isso que tentaram se vingar, atirando no Diego”, contou.
Diego dos Santos foi ferido com três tiros, alguns minutos depois de Cristiano ter sido assassinado. Na tarde de terça-feira, ele teve alta e não deve voltar para a sua casa, com medo de novos atentados.
Inteligência
Segundo o tenente Márcio Roberto da Silveira, comandante da 4.ª Companhia, do 12.º Batalhão da Polícia Militar, as investigações sobre a ação das gangues foram passadas para o serviço de inteligência da PM e, em parceria com o 12.º Distrito Policial (Santa Felicidade), monitora a região.
“Nosso objetivo é impedir que novos crimes sejam praticados. Vamos intensificar o patrulhamento e acima de tudo, contamos com a colaboração da comunidade”, completou. Os números para chamar a polícia são: 9917-4241 da viatura do Projeto Povo São Braz; 3272-0719 da 4.ª Companhia e 3372-3111 do 12.º DP.
Proliferação da “doença”
Giselle Ulbrich
Além das duas gangues que ao Paraná-Online vem mostrando nos últimos dias – a Comando do Extermínio (CDE) e a Vila do Sapo (VDS) – outras atuam no São Braz. A população vem ajudando com informações, citando quem são esses grupos, que aterrorizam o bairro.
A Rua Antônio Escorsin serve como limite de territórios para cada bando. A CDE teria como região atuante os fundos do hipermercado Big, da Avenida Vereador Toaldo Túlio. Já a VDS, atrás do clube Três Marias. Além destas, há pelo menos outras quatro no bairro.
A Vila Real seria a “vizinha de muro” da VDS. Já o grupo do Sapo Loko estaria inserido numa área conhecida como Caiçara e proximidades. Já nos arredores de outro supermercado, o Mercantiba, seria a região de atuação da Turma do Morro.
Escolas
As gangues não perdoam, sequer, escolas instaladas na região, usando-as também como ponto de referência. É o caso do Colégio Estadual Padre Silvestre Kandora, que em seus arredores, atua o Comando da Barroka (CDB). Há notícias de que na saída do colégio, a CDE já baleou dois alunos.
Invadir o lado inimigo é sentença de morte. Mesmo quem não pertence a gangue nenhuma, mas mora na região de uma delas e precisa se deslocar à área de outra, corre o risco de não mais voltar.