Brasília – Cerca de um ano depois de inaugurada a penitenciária federal de segurança máxima de Catanduvas, no Paraná, o diretor Ronaldo Urbano pediu exoneração do cargo. O pedido foi anunciado por Urbano na sexta-feira (1.º), um dia após a visita de parlamentares da Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado da Câmara dos Deputados.
A ida ao presídio atende ao requerimento do deputado William Woo (PSDB-SP). Ele pede a apuração de denúncias como a possível tortura de um preso, o suposto uso de celulares pelos detentos, a falta de funcionamento de alguns equipamentos, além da existência de agentes penitenciários com processos na Justiça.
A assessoria de imprensa do Departamento Penitenciário Nacional (Depen) afirma que a saída de Urbano nada tem a ver com a visita da comissão. Ele teria pedido exoneração para se dedicar à família e a projetos pessoais. A sequência dos fatos seria uma coincidência. Para embasar a afirmação, a assessoria cita o fato de que a exoneração de Urbano foi publicada no Diário Oficial da União de quinta-feira (31), mesmo dia da visita dos deputados.
O deputado Valtenir Pereira (PSB-MT), que esteve na penitenciária, diz não acreditar que a visita tenha motivado a decisão de Urbano, já que a conversa com os integrantes da comissão foi ?muito tranquila?. ?Acredito que deve haver outros motivos que o levaram a pedir exoneração, não a nossa ida lá ou algum tipo de encaminhamento nosso no momento das reuniões?.
O delegado aposentado da Polícia Federal Francisco de Assis assumiu interinamente a direção da penitenciária. Ele fica no cargo até que seja escolhido um novo nome, já que ele vai dirigir o presídio federal de segurança máxima que será inaugurado em Mossoró (RN), no próximo semestre.
A penitenciária de Catanduvas é primeira unidade de segurança máxima inaugurada pelo governo federal em junho de 2006. A unidade abriga criminosos como o traficante Fernandinho Beira-Mar e José Reginaldo Girotti que é apontado como líder do assalto ao Banco Central ocorrido em Fortaleza em 2005.
