Dinarc derruba traficantes que agiam no anel central

O trabalho de dois meses de investigação desenvolvido pelo serviço de inteligência da Divisão de Narcóticos (Dinarc), da Polícia Civil, resultou na prisão de nove pessoas acusadas de envolvimento com o tráfico de drogas na região central de Curitiba. Três delas são apontadas como os “gerentes” de uma boca de fumo que funcionava em um pequeno prédio na Rua Cruz Machado e que tinha por fachada um clube de carteado. No total, 60 pessoas foram recolhidas pela Dinarc durante a megaoperação ocorrida entre às 22h da última quinta-feira e às 5h de sexta-feira. Foi necessário um ônibus biarticulado da Polícia Civil para transportar os detidos. Desses, 51 prestaram depoimento e serviram como testemunhas para a prisão dos nove principais fornecedores de drogas da região.

De acordo com o delegado Alfredo Dib Júnior, a operação contou com a participação de 15 policiais fortemente armados e que, além das prisões, conseguiram apreender 300 pedras de crack embaladas e prontas para a comercialização; dois tijolos da droga – que representam mais 1500 pequenas pedras -; maconha, cachimbos e maricas e objetos furtados que eram trocados pelos viciados. O policial ainda mostrou à imprensa, na tarde de ontem, gravações realizadas pelo serviço de inteligência que mostram o constante vaivém de pessoas no prédio para a compra de entorpecentes. Era apenas tocar a campainha e entrar. “Temos mais de 100 flagrantes de pessoas entrando e saindo do local e 340 fotos. Também gravamos cenas onde os acusados contam dinheiro e fazem o tráfico de entorpecente”, relatou Dib. Todo o material foi filmado durante dois meses e nas últimas duas semanas os policiais intensificaram o trabalho montado campanas permanentemente. “Queríamos prender os responsáveis pela comercialização da droga e não os usuários. A finalidade é desarticular o tráfico na região”, realçou o delegado. Nenhum usuário foi indiciado.

Autuados

A operação resultou na detenção de 60 pessoas sendo a maioria delas usuários e “vapores” (responsáveis pela distribuição do entorpecente). As nove pessoas que foram autuadas por associação ao tráfico de drogas e tráfico são: Joel Padilha Gaudêncio, o “Campo Largo”, 37 anos; Dirceu dos Santos, 40; Ataíde Brune, o “Taíco”, 37; Vanderlei José Gonçalves dos Santos, 38 (considerados pela polícia como os gerentes do comércio de drogas do local); Viviane Pessoa Monteiro, 37; Karina Oliveira de Lima, 25; Nilcemari Rossi, 26 (apontadas como as pessoas que apanhavam as drogas na casa e faziam a distribuição na região central); Sandro Rogério Mormul, o “Polaquinho” e Cláudio Antônio de Souza Carneiro Leão, 37, o “Cláudio Batata”.

Dib contou que o trabalho de investigação começou pouco tempo depois da desarticulação do tráfico de entorpecentes na Praça Generoso Marques e no bairro Parolim, ocorrido em novembro de 2003 e que resultou na prisão de 25 pessoas. “Pelas investigações, notamos que o tráfico forte em Curitiba não acontece na periferia da cidade, como muitos acreditam. Ele é maior no centro, onde há mais circulação de pessoas de maior poder aquisitivo, se comparado com a periferia. Estima-se que no local eram comercializadas 300 pedras de crack por dia, e no mínimo eram arrecadados cerca de R$ 3 mil.

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