A polícia confirma a dificuldade existente em prender os marginais que estão continuamente praticando assaltos na área da Vila das Torres, principalmente atacando mulheres dentro de seus veículos. De acordo com o delegado Alfredo Dib, da Delegacia de Furtos e Roubos, há uma série de fatores que dificultam o trabalho da polícia e se deve destacar dois deles: o local estratégico escolhido pelos marginais para a prática dos roubos e a falta de disposição das vítimas em, após ser assaltada, comparecer à delegacia e fazer o reconhecimento das pessoas detidas.
As polícias Civil e Militar têm conhecimento da situação dos assaltos mas não estão tendo muito sorte na captura dos marginais e na permanência destes atrás das grades. Durante a última semana, período no qual foram registradas dez ocorrências de ataques contra mulheres, seis indivíduos foram detidos mas nenhum permaneceu preso, pois não foram reconhecidos. O delegado Dib disse que são seis os principais pontos de atuação dos marginais na área da Vila das Torres e que normalmente eles esperam a saída do policiamento do local para agir. “Esses assaltos são cometidos por diversas pessoas, principalmente menores de idade. Eles não adotam um padrão de furto e dificilmente a mesma pessoa ataca seguidamente no mesmo local, o que dificulta ainda mais nosso trabalho”, destaca o policial.
Estratégico
Os assaltantes sabem escolher muito bem os locais onde devem cometer seus delitos. “Eles têm pontos estratégicos. Após o furto saem correndo e já se escondem na área da vila”, conta o policial. Outra dificuldade enfrentada pelos investigadores é a “lei do silêncio” que impera na região. Com medo de represálias, os moradores de bem da vila não querem se complicar e não repassam informações para a polícia. Mesmo diante dessas dificuldades, o delegado informou que o trabalho investigativo está sendo desenvolvido e aos poucos os marginais que estão agindo vão cair.
Ajuda
Uma das maneiras mais eficazes da polícia colocar os bandidos atrás das grades depende da colaboração das vítimas. Após registrar a queixa, as vítimas normalmente não retornam à delegacia para realizar o reconhecimento de algum detido. Isso complica o trabalho da polícia e impossibilita, muitas vezes, que o suspeito e possível ladrão fique preso. “Não basta apenas registrar a ocorrência. Se não há reconhecimento do indivíduo, não há provas. Sem o material furtado e sem o reconhecimento, ou seja, sem provas, não há como o suspeito ir para trás das grades”, explica Dib. A situação se repete freqüentemente e, em muitas delas, algum perigoso marginal acaba sendo libertado por falta de provas.
Na Delegacia de Furtos e Roubos, o delegado Dib utiliza a técnica da filmagem para a identificação de possíveis assaltantes. “As vítimas não têm que encarar o bandido. Quem cai aqui na DFR é filmado. A partir da filmagem é que pedimos para as vítimas fazer o reconhecimento”, explica o policial. Segundo ele, a DFR tem uma fita de vídeo exclusiva para os roubos da Avenida das Torres.
“As pessoas registram queixa apenas para ter o documento oficial da polícia para a retirada de segunda via de seus documentos ou para comprovar o furto de algum objeto. Isso tem que mudar. A identificação feita pelas vítimas é de extrema importância para que o trabalho da polícia seja eficiente”, concluiu Dib.
