Há quase dez anos, em novembro de 1993, Emerson Roberto da Silva cometeu um homicídio. Ele tinha 18 anos quando matou o empresário Samuel Johaness Heinrich Pfeiffer a pedradas e pauladas. Julgado ontem, Emerson foi condenado a dez anos de reclusão, mas como já ficou preso durante um ano e meio, deverá ser encaminhado para a Colônia Penal Agrícola, em regime semi-aberto. O que diferencia o crime de Emerson de outros homicídios julgados diariamente no Tribunal do Júri é que, neste caso, o juiz Rogério Etzel baseou-se também no diagnóstico de um psiquiatra e de uma psicóloga para decidir a sentença. O réu sofre de transtornos mentais, agravados pelo uso de drogas, e por essa razão o juiz declarou que ele deverá continuar recebendo tratamento psiquiátrico durante o cumprimento da pena.
Emerson matou o homem que havia lhe oferecido emprego e que ajudava sua família. Pfeiffer, dono de uma oficina de motores para barco, era conhecido de Emerson. À parte as diferenças sociais, as famílias se conheciam e o empresário costumava ajudar a mãe do rapaz. Na tarde de 22 de novembro de 93, Emerson abordou Pfeiffer na rua, perguntando por um emprego. Ao ouvir a resposta de que teria que esperar mais um pouco para ser contratado, entrou em surto psicótico e passou a agredir violentamente o empresário. Pfeiffer chegou a ser levado para o Hospital Cajuru, mas não resistiu aos graves ferimentos e morreu.
Emerson foi preso em flagrante, mas devido aos problemas mentais passou a responder pelo crime em liberdade, depois de um ano e meio na cadeia. Desde então, a vida do rapaz tem sido de constantes internações em hospitais psiquiátricos.
No julgamento de ontem, presidido pelo juiz Rogério Etzel, atuou na acusação a promotora Lúcia Inês Giacomitti Andrich. O defensor de Emerson foi o advogado Matheus Gabriel Rodrigues de Almeida. A pena-base para homicídio, de 16 anos, foi atenuada pelo juiz, em função da doença psiquiátrica do réu.
