Três pessoas foram vistas entrando num terreno baldio perto da Rua Carlos Klentz, Fazendinha, na manhã de sábado. Uma saraivada de tiros pipocou no matagal e logo em seguida dois dos homens voltaram: o terceiro, o ex-presidiário Claudemir de Oliveira, 29 anos, foi encontrado num córrego dentro do terreno às 13h do mesmo dia, morto com cerca de dez tiros. O carro dele, o Pointer placa IEH-6306, foi incendiado a poucos quilômetros dali, mas a polícia não acredita na hipótese de roubo.
Segundo a esposa, Claudemir regenerou-se depois de passar dois anos e três meses na Prisão Provisória de Curitiba (Ahu), cumprindo pena por tráfico de drogas. Livre há três anos, ele largou o mundo do crime e passou a trabalhar na recuperação e revenda de carros acidentados. Às 8h de sábado, o ex-presidiário estava em casa, na Vila Barigüi, Cidade Industrial, quando atendeu uma chamada em seu telefone celular. A mulher ouviu Claudemir combinando com o interlocutor de se encontrar em algum lugar. Ele permaneceu em casa e meia hora depois a mesma pessoa, provavelmente, retornou a ligar. “Claudemir atendeu com alguma impaciência e disse que iria ao encontro”, relatou o delegado Antônio Simião, da Homicídios.
Vingança?
Sábado de manhã, testemunhas viram três pessoas descendo de um carro semelhante ao Pointer prateado da vítima na Carlos Klentz. Depois dos tiros, um homem negro e outro branco voltaram do matagal, apanharam o carro e fugiram. Pouco mais tarde, duas pessoas foram vistas ateando fogo no Pointer, na Rua José Benedito Cotolengo, Campo Comprido. “Faremos levantamentos para saber se eram as mesmas pessoas que saíram do matagal”, afirmou o delegado. Pela quantidade de disparos Å nove cápsulas de revólver calibre 38 foram encontradas ao redor do corpo – e pelo fato de o carro ter sido incendiado, a hipótese de vingança é a primeira levantada pela polícia.
A esposa da vítima não soube dizer quem teria telefonado para Claudemir sábado de manhã, nem falou sobre possíveis desavenças ou ameaças recebidas por ele. O Pointer será submetido à perícia do Instituto de Criminalística, na tentativa de se encontrar algum vestígio que leve aos suspeitos. O telefone celular da vítima, contendo o número da pessoa que o ligou, desapareceu.