Detido bando de pichadores em Curitiba

Um grupo de pichadores, conhecidos como ?A corja?, foi detido na madrugada de ontem, no Alto São Francisco, em Curitiba, por policiais da Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente. Pichações são consideradas crimes contra o meio ambiente e, por isso, o subgerente de lanchonete Lucas Scotti Cansi, 19 anos, o auxiliar administrativo Ewerton Machado Francelino, 22, o jardineiro Emerson Moreira da Silva, 22, o comerciante Paulo Henrique Miranda Santos, 22, e o estagiário do Museu de Arte Diesco Rezende da Rosa, 20, foram levados à delegacia e autuados em termo circunstanciado. Eles foram flagrados com tintas, pincéis e outros materiais, preparando-se para rabiscar muros da região. A polícia ainda pegou com eles um álbum com mais de 30 fotos, com locais pichados, comprovando o delito.

De acordo com o superintendente Celso Gomes Ribeiro, as investigações sobre pichadores se intensificou após a morte do estudante Bruno Strobel Coelho, 19 anos, em outubro. Bruno foi flagrado por seguranças da empresa Centronic pichando o muro de uma clínica médica no Alto da Glória. Os seguranças o recolheram e, após torturá-lo, o mataram e desovaram o corpo em Almirante Tamandaré.

As investigações acerca do grupo ?A corja? começou no início da última semana. Policiais civis ficaram por quatro noites de campana na Praça do Gaúcho, no Alto São Francisco, onde o grupo costumava se reunir e deixar os materiais de pintura escondidos. De lá, passavam algum tempo consumindo bebidas alcoólicas e decidiam para onde seguir. As fotografias apreendidas mostram pichações em diversos locais, inclusive em prédios tombados pelo patrimônio histórico, como o Departamento de Polícia Civil, na esquina da Rua Barão do Rio Branco com José Loureiro, no centro; o Colégio Medianeira, viadutos, prédios comerciais, vagões de trem, etc. As fotos mostram, inclusive, rabiscos feitos em edifícios no estado vizinho, São Paulo.

Os cindo detidos podem pegar entre três meses e um ano de prisão. Dependendo da decisão do juiz, ainda podem trocar a detenção por prestação de serviços à comunidade ou doação de medicamentos e cestas básicas.

Sujeira toma conta de Curitiba

Algumas das pichações espalhadas pela capital, analisa o superintendente da Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente, Celso Gomes Ribeiro, surpreendem pelos locais de difícil acesso que os marginais conseguem alcançar para fazê-las.

Ribeiro revela que os pichadores costumam invadir prédios centrais durante o dia, que possuam portas abertas, sem segurança reforçada e fácil acesso aos telhados.

Ficam por lá até a madrugada, quando, com o auxílio de cordas e até de varas de pescar, fazem malabarismos para demarcar o nome do grupo, sem que ninguém perceba a presença deles no local.

Pela manhã, quando os prédios reabrem as portas, vão embora.

Num simples passeio pela região central de Curitiba, onde atuava o grupo ?A corja?, a reportagem de O Estado constatou pichações no Largo da Ordem, Centro Cívico e até Bom Retiro.

Foi muito mais fácil encontrar muros rabiscados do que limpos nestas áreas, e muitos deles, possivelmente, sujeiras atribuídas à ?A corja?.

De acordo com Celso Gomes Ribeiro, os grupos picham os nomes do bando, frases e palavras que os identifiquem. ?Demarcando? aquele território, outros grupos de pichadores não podem mais ?usar? aquela região para realizar suas pichações. Caso contrário, os grupos acabam brigando.

A Delegacia do Meio Ambiente já identificou cerca de 30 gangues de pichadores na capital e garante que declarou guerra a todos eles. Ribeiro afirmou que as investigações em cima destes bandos estão intensificadas e podem resultar em novas prisões. (GU)

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